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Política Nacional

Sargentos, cabos e soldados criticam novas carreira e Previdência de militares

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“Não tenho adjetivos para definir o sentimento da tropa diante desta reestruturação que está sendo imposta para nós”. Foi com esta frase que a presidente da União Nacional de Familiares das Forças Armadas e Auxiliares (Unifax), Kelma Costa, encerrou sua participação na audiência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que discutiu os impactos da reforma da Previdência (PEC 6/2019) e da reestruturação de carreiras (PL 1645/2019) dos militares de patentes menores (sargentos, cabos e soldados), assim como de policiais militares (PMs) e bombeiros.

Kelma lembrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), disse que os generais também teriam ficado “chateados” com o rigor da reforma sobre os militares. Para ela, “se os generais estão chateados, imagine a tropa”. Para a presidente da Unifax, os praças das Forças Armadas continuam sendo tratados como “a ralé do Exército”, devido à falta de reconhecimento das altas patentes.

— Olhem as tabelas! Um terceiro sargento hoje ganha pouco mais de R$ 3 mil. É preciso que se enxergue a íntegra da tropa. Faltou afeição em quem elaborou a reestruturação da Previdência para com os praças e os PMs. Não somos contra a reforma e fazer um sacrifício, mas ela precisa ser justa. Esta proposta não é justa porque ignora as peculiaridades e dificuldades de cada categoria. Como o governo envia uma proposta sem ouvir nenhum praça? — criticou.

Perdas e ganhos

Para Vanderley Gonçalves, da Associação dos Militares das Forças Armadas de São Paulo (Amfaesp), os cabos e soldados estão “completamente esquecidos e jogados ao léu”. Ele citou que a reestruturação como foi proposta, por exemplo, fará com que um segundo sargento tenha um acréscimo de apenas 2,93% nos vencimentos até 2023, enquanto o topo da carreira terá reajustes superiores a 30%. Já os terceiro sargentos, cabos e soldados na prática sofrerão perdas salariais, pois o aumento nas alíquotas previdenciárias fará seus soldos diminuírem em 1,56%.

— Esta reestruturação é inadmissível. Determinadas classes de sargentos, além dos cabos e soldados, estão tomando mais uma cacetada. Com o aumento das alíquotas vão sofrer perdas salariais. Que reestruturação de carreira é esta que faz os militares de escola melhorar, e dos outros piorar? Não concordamos com essa falta de isonomia — protestou Gonçalves.

Ele também criticou visões em setores da sociedade e da mídia que vêem os militares como privilegiados, citando que um terceiro sargento recebe hoje apenas R$ 3.825, com direito a R$ 0,63 de auxílio-família.

O subtenente Andre Calixto, também ligado à Unifax, disse que as propostas do governo “são muito boas pra quem é de oficial superior pra cima, no topo, tendo reajustes até superiores a 100%, enquanto um terceiro sargento será depreciado”. Ele teme que a reestruturação como foi proposta torne a carreira militar pouco atraente para quadros de qualidade, além de ter reclamado que a política de promoções nos quadros das Forças Armadas permanecem “discricionárias, sigilosas, secretas ao extremo”.

O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) criticou o fato de a proposta de reestruturação ter sido enviada no mesmo projeto da reforma da Previdência dos militares, pois entende que as discussões devem ocorrer de maneira independente uma da outra. Ele também fez diversos reparos aos dois textos, e acredita que o governo deverá “repensar com muito critério” o projeto da reestruturação.

Mais críticas

O sargento Elisandro Lotin, presidente da Associação Nacional dos Praças (Anaspra), disse ser contra a reforma da Previdência como um todo, pois no seu entender ela visa romper o pacto social estabelecido com a Constituição de 1988. Para ele, a reforma levará à precarização e ao empobrecimento de grandes contingentes sociais, num quadro que tornará ainda mais insegura a vida nas cidades, “um quadro caótico que acaba estourando no dia a dia dos policiais militares”.

— Esta reforma da Previdência tem tudo para tornar ainda mais insegura a vida neste país. Joga toda a conta do déficit fiscal para a classe trabalhadora pagar, pois para os governos é mais fácil agir desta forma. Porque o Congresso e a mídia não tratam dos mecanismos em torno da rolagem da dívida pública, que já consome quase metade do Orçamento? Porque não se aplica neste país um imposto sobre grandes fortunas? O governo também nem cogita rever indenizações bilionárias para as grandes empresas ou cobrar os grandes devedores da Previdência — protestou.

O coronel Elias Miler, assessor jurídico da PM de São Paulo, também acredita que a reforma da Previdência pode ser aprimorada pelo Congresso no que tange à sua categoria. Para ele, regras especiais devem ser mantidas, pois a categoria abre mão de 34 direitos sociais previstos pela Constituição por conta das peculiaridades da atividade. É proibido aos PMs por exemplo sindicalizar-se ou fazer greve. Miler ainda acrescentou que organismos internacionais já reconhecem que o Brasil tem uma “violência social epidêmica”, o que na prática configura um cenário de guerra para as polícias.

— São 64 mil assassinatos por ano, o maior índice do mundo. Some-se a isso outros 70 mil desaparecimentos e mais 25% de subnotificação. São as forças policiais que encaram diariamente esta realidade caótica do crime. Em nenhum lugar do mundo se matam tantos policiais. Foram 377 no ano passado, mas já teve ano em que passou de 500. Em São Paulo tivemos que abrir um cemitério pra PMs mortos em serviço, e não cabe mais ninguém. Além disso, já são mais de 3 mil PMs com deficiências físicas adquiridas em serviço — disse Miler. Ele também destacou o índice de suicídios de PMs no Brasil, que é quase cinco vezes superior à média nacional.

Governo

O secretário de Previdência no Ministério da Economia, Leonardo Rolim, criticou o fato hoje de cada Unidade da Federação ter regras próprias para suas categorias militares. Ele informou que a nova Previdência prevê uma regulamentação federal no que tange à inatividade e pensões para estas categorias. Mas enquanto a nova regulamentação não sair, os militares serão regidos pelas mesmas regras das Forças Armadas. Ele também defendeu outros pontos da agenda governamental, como o aumento no tempo de serviço e das alíquotas previdenciárias.

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Política Nacional

Para a maioria dos brasileiros Lula não deveria se candidatar a mais um mandato

Em um pleito de 2026 sem o presidente, Haddad é quem mais angaria apoio popular para ser o candidato do governo, afirma a pesquisa.

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Para a maioria dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve se candidatar a mais um mandato como presidente da República nas próximas eleições gerais, em 2026. É o que mostra a pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira, 12, que aponta que 52% consideram que Lula não deveria concorrer, contra 45% que avaliam positivamente a participação do petista no pleito. Outros 3% não souberam responder.

A porcentagem dos que acham que o presidente não deveria tentar um novo mandato, entretanto, diminuiu em relação ao levantamento passado, quando 58% dos entrevistados tinham essa opinião, em outubro deste ano. Em julho, eram 53%.

Apesar disso, o petista venceria em todos os cenários testados com o nome dele contra adversários de direita, se as eleições fossem hoje.

Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), venceriam em cenários hipotéticos de segundo turno contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

Em um pleito de 2026 sem o presidente, Haddad é quem mais angaria apoio popular para ser o candidato do governo, afirma a pesquisa. Do lado oposto do espectro político, no caso de Bolsonaro não concorrer (está inelegível até 2030), sua esposa, Michelle Bolsonaro, é a sucessora “mais forte contra Lula”, com 21% de aclamação.

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Aprovado na Câmara Federal PL que obriga juiz a decretar prisão preventiva para crimes hediondos

A aprovação também estabelece que, além da prisão imediata após a audiência de custódia, o prazo para sua realização será ampliado de 24 para 72 horas.

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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), o Projeto de Lei 2988/2024, de autoria do deputado Nelson Barbudo (PL-MT), que torna obrigatória a prisão preventiva após a audiência de custódia para crimes hediondos, como estupro, feminicídio e para reincidentes criminais. A proposta foi aprovada em conjunto com uma série de projetos contra o crime. O PL tem como objetivo fortalecer a legislação penal e garantir maior segurança para as vítimas de crimes graves.

O pacote aprovado inclui também os Projetos 714/2023, 991/2024 e 1328/2024, e visa combater com mais eficácia os crimes violentos, buscando impedir a tão criticada situação onde “a polícia prende e o judiciário solta”. Para Barbudo, a aprovação dessas medidas é um marco importante na luta contra a criminalidade e a violência, especialmente no que diz respeito aos crimes contra as mulheres.

“Acabou a farra da bandidagem, dos estupradores e dos assassinos de mulheres. Cometeu crime, vai preso na mesma hora!”, afirmou o deputado, enfatizando seu compromisso em promover mudanças que protejam as vítimas e imponham punições mais severas aos criminosos.

A aprovação também estabelece que, além da prisão imediata após a audiência de custódia, o prazo para sua realização será ampliado de 24 para 72 horas. Isso visa dar mais tempo para que o sistema judiciário analise com maior cuidado os casos de crimes graves, garantindo que os infratores não sejam liberados facilmente, o que poderia colocar as vítimas em risco.

A liberdade provisória, um instrumento jurídico que permite ao acusado aguardar julgamento em liberdade, com ou sem medidas cautelares, é um tema de debate constante. Em muitos casos, ela tem sido vista como uma falha do sistema judicial, permitindo que criminosos cometam delitos e, posteriormente, sejam soltos, colocando em risco a integridade das vítimas.

Desde o início de seu mandato, Nelson Barbudo tem se destacado na busca por penas mais duras para quem comete crimes violentos. A aprovação desse projeto é uma resposta direta às demandas da população por mais segurança e justiça, especialmente para as mulheres, que frequentemente enfrentam a impunidade e a violência de forma crescente.

A medida foi amplamente comemorada pelos parlamentares e por aqueles que buscam uma resposta mais eficiente do sistema judiciário diante de crimes hediondos. Agora, o projeto segue para análise no Senado.

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Deputada Gisela Simona vota a favor de castração química para pedófilos; PL é aprovado

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Nesta quinta-feira (12.12), a deputada Gisela Simona (União Brasil) – junto com os parlamentares que fazem parte da bancada de Mato Grosso, na Câmara Federal -, votaram a favor do PL 3976/2020 que determina a castração química de pessoas condenadas por pedofilia, desde que não tenham mais possibilidade de recursos judiciais (trânsito em julgado). A proposta foi aprovada por 267 votos a 85 e agora segue para o Senado.

O projeto igualmente apoia a criação de um cadastro na internet, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça, com os dados e fotografia de quem for condenado por pedofilia. O texto original que dispõe sobre o cadastro altera o Estatuto da Criança e do Adolescente, para impedir que autores de crimes contra menores de idade voltem a cometer ações desta natureza. O PL que não continha o parágrafo sobre a castração foi proposta pelo deputado Ricardo Salles (Novo-SP) e inclusa de última hora, causando enorme polêmica no plenário. Chegando, antes de sua aprovação, a ser suspenso por alguns minutos na Câmara.

Para a parlamentar mato-grossense, a aprovação do projeto é um basta na tolerância à qualquer tipo de crime contra crianças e adolescentes no Brasil. ‘Uma grande vitória, sobretudo, para quem defende punição severa aos crimes sexuais”.

“Hoje foi aprovado, aqui na Câmara dos Deputados, projeto de lei 3976/2020 que, inicialmente, tratava-se da questão da criação do Cadastro de Pedófilos no Brasil com acréscimo de dispositivo que permite a exposição do agressor por meio de sua fotografia. Mas então foi oferecido uma emenda ao projeto, com uma penalidade mais severa para aqueles que cometem crimes contra crianças e adolescentes: a castração química. Um tema polêmico que depois de muita discussão foi aprovado por 267 voto. E faz-se necessário um importante registro que a castração química são aplicações de injeções que controlam o hormônio deste agressor, inibindo sua libido. Uma medida importante para o Brasil, ainda que a gente saiba que não é o suficiente para acabar com esse crime no país”.

Entenda

A votação faz parte de um pacote de medidas relacionadas à segurança pública. E a emenda do deputado Ricardo Salles prevê que a castração química será aplicada cumulativamente às penas já previstas por lei. E será realizada mediante o uso de medicamentos inibidores da libido, nos termos regulamentados pelo Ministério da Saúde, observando-se as contraindicações médicas.

E em caso de sanção pela presidência da República se torna dever do Estado adotar medidas para que a castração química, seja supervisionada por profissionais de saúde. Ela é amplamente utilizada em diversos países como instrumento adicional para reduzir os impulsos sexuais em indivíduos diagnosticados com transtornos de comportamento sexual.

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