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Saúde

Reajuste e franquias em planos devem gerar dívidas

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Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil

A regulamentação das regras para aplicação de coparticipação e franquia em planos de saúde, publicada hoje (28) pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), gerou controvérsia. Especialistas apontam que as novas regras farão com que os beneficiários dos planos paguem também por consultas e demais procedimentos de assistência à saúde.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a resolução produzirá três consequências: o endividamento dos consumidores, a redução da busca por atendimentos na rede privada e a ampliação da pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

A norma estabelece percentual de até 40% a ser cobrado pela operadora para a realização de procedimentos e determina limites mensal (não pode ultrapassar o valor da mensalidade) e anual (não pode ultrapassar o equivalente a 12 mensalidades) a serem pagos pelo consumidor por coparticipação e franquia. A resolução isenta a incidência de coparticipação e franquia em mais de 250 procedimentos, incluindo tratamento contra o câncer e hemodiálise. Além disso, fica proibido o uso de coparticipação e franquia diferenciada por doença ou patologia.

“Nós consideramos que, de maneira geral, a ANS trouxe algumas questões interessantes, como as isenções de alguns procedimentos e fixação de um limite de exposição financeira. De outro lado, esses mecanismos ainda não dão conta de evitar o potencial de endividamento de consumidores”, afirmou a pesquisadora em saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete.

A especialista explicou que hoje já é comum que as pessoas contratem planos cujo valor alcança o que elas podem gastar com esse serviço. A partir do momento em que outros passarão a ser cobrados, cresce o risco de endividamento.

O Idec defendia que fosse mantido o percentual de 30% para as coparticipações, que agora podem alcançar até 50%, em caso de planos coletivos. A organização chegou a solicitar que a agência abrisse consulta pública sobre esse tema, o que não ocorreu. Agora, Navarrete defende que uma forma de mitigar esse possível impacto negativo é informar claramente aos beneficiários sobre o fato de que, na modalidade de franquia e coparticipação, a mensalidade poderá ser cobrada em dobro por um ano, a depender do procedimento realizado.

Endividamentos

Para evitar endividamentos, os consumidores podem passar a pensar duas vezes antes de solicitar a realização de consultas e exames.

Na própria resolução, a franquia e a coparticipação são apresentados como mecanismos financeiros de regulação, “fatores moderadores de utilização dos serviços de assistência médica, hospitalar ou odontológica no setor de saúde suplementar”.

“Como você condiciona o acesso ao pagamento de algum valor, você está criando limites para esse acesso. A chance da pessoa postergar o atendimento em saúde é muito alto, mesmo com o limite da exposição financeira.”, sintetiza a especialista.

Mesmo em casos de procedimentos isentos da incidência de coparticipação e franquia pela resolução, a redução pode ocorrer, porque, as operadoras de planos privados de assistência à saúde poderão se valer de “mecanismos de regulação assistencial para gerenciar a demanda por serviços, na forma prevista em contrato”. Um desses mecanismos é o direcionamento da rede, o que significa que a operadora poderá limitar as clínicas e médicos que poderão ser buscados pelos beneficiários, desde que previsto no contrato firmado entre as partes.

Planos Populares

O representante do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e conselheiro Nacional de Saúde, Heleno Rodrigues Correa Filho, destacou que o estímulo à adoção desses mecanismos resulta de uma balança: a Emenda Constitucional 95, ao fixar limite para gastos em saúde, fragiliza o SUS e amplia a exploração do setor por parte de agentes privados. Prova disso, segundo ele, é o crescimento exponencial de novos planos, como os que se apresentam como “planos populares”.

Esses grupos privados, tradicionalmente, oferecem serviços de baixa complexidade, como realização de consultas, e, conforme a capacidade de pagamento dos contratantes dos planos, serviços complexos. Agora, eles também estão avançando sobre atenção primária, saúde da família e atenção especializada.

“Eles prometem essas três coisas, mas não estão habilitados por infraestrutura, orçamento e tradição a ofertar isso. Haverá, então, um choque de expectativas muito grande, e a forma de solucionar isso é cobrar caro. Como a capacidade de pagamento é restrita, vai funcionar como roleta de triagem. Aqueles que não puderem pagar, vão ter o plano, mas não serão atendidos”, avaliou. Uma lógica que contrasta com a do serviço público de saúde, que tem como meta a universalização dos atendimentos.

Além de conter a pressão sobre atendimentos, a cobrança “é uma estratégia de conversão de despesas para os acionistas dos planos de saúde lucrarem mais”, ressaltou o conselheiro do CNS, que critica a velocidade com que a resolução foi elaborada e aprovada. Para ele, seria necessário debater mais o tema.

Consulta pública

A coparticipação e a franquia estão previstas em resolução do Conselho de Saúde Suplementar datada de novembro de 1998, mas não havia detalhamento sobre o tema. Para avançar nesse sentido, a ANS realizou consulta pública em abril de 2017, pouco mais de um ano antes da publicação da norma.

Uma questão não abordada na consulta que tratou sobre a regulação, e que também gera preocupação, é a possibilidade de planos de saúde oferecerem descontos, bônus ou outras vantagens aos consumidores que mantiverem bons hábitos de saúde.

A expectativa, segundo a ANS, é que a medida incentive a adesão de beneficiários a programas de promoção da saúde e prevenção de doenças mantidos pelas operadoras.

De acordo com Navarrete, o Idec “olha com muito cuidado estímulos positivos que envolvam a operadora coletar dados sobre a saúde do consumidor. Se ela o fizer, não pode utilizar essas informações para interesses outros que são aqueles expressamente informados aos consumidores”, pois “dados de saúde são dados sensíveis”, alertou.

 

Fonte: Agência Brasil

 

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Saúde

Com baixo estoque, MT Hemocentro convoca população para doar sangue

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Foto: Secom-MT
Foto: Secom-MT

O MT Hemocentro, único banco de sangue público de Mato Grosso, conclama a população a comparecer à unidade, em Cuiabá, e doar sangue. No momento, a maior necessidade é por doações de sangue dos tipos O negativo e O positivo, embora todos os tipos sanguíneos sejam bem-vindos.

Com os estoques do tipo O em níveis de alerta, a diretora do MT Hemocentro, Gian Carla Zanela, reforça a importância da doação regular.

“Estamos com uma baixa no estoque dos sangues do tipo O. Por isso, precisamos que os doadores venham contribuir, fazendo a diferença na vida de muitas pessoas. Lembrando que, independentemente do tipo sanguíneo, todas as doações são muito bem-vindas”, declarou.

Para doar sangue, os interessados devem comparecer em uma das unidades de coleta portando documento oficial com foto. É preciso ter entre 16 e 69 anos e 11 meses e 29 dias.

Menores com idade entre 16 e 17 anos devem levar documento de autorização assinado pelo pai, mãe ou responsável legal. Além disso, todos os doadores precisam pesar 50 kg ou mais e estar bem alimentados e hidratados para realizar a doação.

No interior do Estado, as doações podem ser feitas nas Unidades de Coleta e Transfusão, localizadas nos seguintes municípios: Juína, Juara, Colíder, Alta Floresta, Cáceres, Primavera do Leste, Barra do Garças, Sinop, Porto Alegre do Norte, Água Boa, Rondonópolis, Tangará da Serra, Barra do Bugres e Sorriso.

Não existe um substituto para o sangue e sua disponibilidade é essencial em diversas situações. Doar sangue é um ato de solidariedade e salvar vidas.

Para agendar a doação de sangue na sede do MT Hemocentro, basta acessar o Sistema de Agendamento do MT Hemocentro. O voluntário também pode agendar as doações pelo telefone (65) 98433-0624 (WhatsApp, somente mensagem) ou pelo número (65) 3623-0044, ramais 211 e 221.

O banco de sangue funciona regularmente de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h, e fornece o atestado de comparecimento ao doador. Para quem compareceu e, por algum motivo, não pode doar, a unidade fornece um comprovante de comparecimento para justificar a falta no trabalho.

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Saúde

SES abre inscrições para capacitação em Saúde Pública

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Curso possui carga horária de 40 horas, é gratuito e oferece formato autoinstrucional
Curso possui carga horária de 40 horas, é gratuito e oferece formato autoinstrucional
A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP-MT), está com inscrições abertas para a capacitação “Educação Permanente em Saúde: Conexões do Pensar, Refletir e Construir Práticas Educativas e Processos de Trabalho”. Com carga horária de 40 horas, o curso é gratuito e autoinstrucional, permitindo que cada participante estude no seu próprio ritmo e de acordo com sua disponibilidade.

A superintendente da ESP-MT, Sílvia Tomaz, ressalta a importância dessa capacitação. “A educação permanente em saúde, coloca os trabalhadores como protagonistas no mundo do trabalho em saúde. O curso pode potencializar que cada profissional esteja sempre preparado para atender às demandas da população. E o melhor é que todos, profissionais da saúde e o público em geral, podem participar e se beneficiar desse conhecimento”, diz.

O curso é dividido em quatro unidades de aprendizagem: Introdução à Educação Permanente em Saúde; A Formação em Serviço e para o Serviço: a Educação Permanente em Saúde na Rede SUS; A EPS no Estado de Mato Grosso: construindo experiências locais; Por onde começar? Levando às necessidades de educação.

Ao final, os participantes receberão um certificado emitido pela Escola de Saúde Pública de Mato Grosso. As inscrições podem ser feitas diretamente no Ambiente Virtual de Aprendizagem da ESP-MT.

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Saúde

MT Hemocentro intensifica campanha itinerante para coleta de sangue no mês de outubro

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Foto: Assessoria | SES-MT
Foto: Assessoria | SES-MT

O MT Hemocentro, único banco de sangue público de Mato Grosso, intensifica suas ações itinerantes em outubro para garantir a disponibilidade de sangue no Estado. Com coletas programadas nas cidades de Alto Garças, Cuiabá, Várzea Grande e Nova Mutum, o objetivo é reforçar os estoques e atender à crescente demanda.

As ações itinerantes são realizadas por meio do programa “MT Hemocentro Itinerante”, que conta com a colaboração de diversos parceiros. “Essa parceria é fundamental para ampliar o acesso e a adesão de doadores voluntários. Estamos levando a coleta de sangue diretamente para as comunidades, facilitando a vida dos doadores e aumentando os estoques da hemorrede”, explica a diretora do MT-Hemocentro, Gian Carla Zanela.

Confira as datas e locais das coletas programadas para outubro:

Alto Garças: 30 de setembro a 3 de outubro (itinerante)

Cuiabá
IFMT: 1 a 3 de outubro (coleta interna)
Sebrae: 10 a 11 de outubro (coleta externa)
Senar e Comper: 8 de outubro (coleta interna)
Shopping Pantanal: 9 a 11 de outubro (coleta externa)
Colégio Master: 15 a 17 de outubro (coleta externa)
Colégio Coração de Jesus: 23 a 24 de outubro (coleta externa)
Maçonaria: 25 de outubro (coleta externa)
Maçonaria: 26 de outubro (coleta interna)
Secretaria de Gestão da Prefeitura, na Praça Alencastro: 31 de outubro (coleta externa)

Várzea Grande
Hospital Metropolitano: 2 a 4 de outubro (coleta externa)
Aeroporto: 29 a 30 de outubro (coleta externa)

Nova Mutum: 21 a 25 de outubro (itinerante)

As doações são seguras e levam cerca de 60 minutos. Para doar sangue, os interessados devem comparecer a uma das unidades de coleta portando documento oficial com foto, ter entre 16 e 69 anos e 11 meses e 29 dias, sendo que menores entre 16 e 17 anos devem trazer documento de autorização assinados pelo pai ou mãe ou responsável legal, pesar 50 kg ou mais e estar bem alimentado e hidratado para realizar a doação.

Os interessados em agendar uma doação de sangue na sede do MT Hemocentro podem acessar o Sistema de Agendamento, ou entrar em contato pelo WhatsApp (65) 98433-0624.

“Convidamos todos a participar. A doação de sangue é um ato de solidariedade que pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Vamos juntos fortalecer nossa rede de apoio”, convida Gian.

Além das ações itinerantes, o MT Hemocentro conta com Unidades de Coleta e Transfusão nos municípios de Juína, Juara, Colíder, Alta Floresta, Cáceres, Primavera do Leste, Barra do Garças, Sinop, Porto Alegre do Norte, Água Boa, Rondonópolis, Tangará da Serra, Barra do Bugres e Sorriso.

Serviço

A única sede do MT Hemocentro está localizada na Rua 13 de Junho, nº 1055, em Cuiabá, e funciona regularmente de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h. A unidade fornece o atestado de comparecimento ao doador e, para quem compareceu e por algum motivo não pôde doar, também é fornecido um comprovante de doação para justificar a falta no trabalho.

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