A superintendente Pedagógica da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Várzea Grande, Gonçalina Rondon, acompanhada da gerente administrativa do Centro Municipal “João Ribeiro Filho”, Sirlene Freitas, representaram a secretaria no 1º Simpósio de Políticas Públicas de Inclusão Efetiva dos Autistas em Mato Grosso, que ocorreu nesta terça-feira, 2, na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
O evento, realizado no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, trouxe a Mato Grosso para falarem sobre o assunto, quatro professores doutores; a neurobióloga, Marta Pires Relvas; o psicólogo, Adilson de Souza; o professor de educação especial, Lucelmo Lacerda e o neurofísico, Elvis Lira da Silva .
A neurobióloga Marta Pires Relvas, é professora e pesquisadora do tema há 40 anos. Para ela, um dos aspectos mais importantes é que o diagnóstico deva ser precoce e, para isso, os pais devem observar, já a partir dos três primeiros meses de idade, o chamado “sorriso social”, quando a criança começa a olhar as pessoas diretamente e sorrir. “Se seu filho não olha nos olhos e sorri, não interage ao ser amamentado ou rejeita um brinquedo para ele brincar, é bom verificar”, alerta.
O Simpósio foi proposto por parlamentares do estado e reuniu, além de especialistas no assunto, políticos, membros do governo, do Judiciário, profissionais, pais e familiares de autistas e a população em geral, gerando a participação de mais de 750 pessoas presentes para discutir o tema.
Elaine Zorgetti Perreira, secretária de Adoção do Tribunal de Justiça, é mãe de um autista, de cinco anos. Para ela, precisa ter mais especialistas médicos para o diagnóstico com rapidez e um tratamento mais efetivo. “Desde muito cedo, antes de um ano, eu percebia que meu filho era diferente. Fui a vários médicos, mas, como o tipo de autismo dele é leve, o diagnóstico só veio quando ele tinha 4 anos. É muito importante o olhar das escolas para estas crianças”, desabafa ela.
Gonçalina Rondon destacou que Várzea Grande tem assegurado a participação democrática de crianças que apresentam algum tipo de necessidade especial, o direito à Educação em escola regular, em convívio com os demais alunos, em um processo inclusivo. “O Centro Municipal “João Ribeiro Filho” que atende atualmente 410 alunos com algum tipo de transtorno ou deficiência, motora ou de aprendizagem passou a ser referencial em Mato Grosso e no Brasil por ofertar aos alunos da rede municipal de Várzea Grande um atendimento multiprofissional de diversas especialidades com a finalidade de contribuir para a inclusão educacional e social dos alunos”, declarou.
Segundo Sirlene de Freitas, o TEA – Transtorno do Espectro Autista é um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades. O TEA aparece na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. As pessoas afetadas pela TEA com frequência apresentam condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.
“O autista vive em nosso mundo, mas ao seu modo. Tem sua própria maneira de ver e se relacionar com o mundo. Eles têm o seu próprio pensamento, fantasias e objetivos. Muitas vezes tentam se relacionar e interagir com os outros, mas de uma maneira não funcional. Assim, entre os principais objetivos dos tratamentos, há técnicas que visam retirá-los desse isolamento e trazê-los ao convívio social. As evidências científicas disponíveis indicam a existência de múltiplos fatores, incluindo fatores genéticos e ambientais, que tornam mais provável que uma criança possa sofrer um TEA”, explicou.
Por: Fred Nogueira – Secom/VG