O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), não poupou palavras ao responder o governador Mauro Mendes (DEM) sobre a crítica de que teria “quebrado” a prefeitura e pretende deixar a gestão para disputar o governo e “abandonar o barco”. Emanuel apontou que Mauro estaria quebrando o povo mato-grossense, incluindo servidores públicos e setor produtivo, e não teria perspectiva de avanços até 2022.
“Ele está quebrando o povo. Está quebrando os servidores públicos, o setor produtivo, está causando uma crise sem dimensão no Estado de Mato Grosso. Quanto à situação de Cuiabá, o povo já deu a resposta dele nas urnas no dia 29 de setembro do ano passado”, disse o prefeito remetendo à sua reeleição com a derrota de Abílio Júnior (Pode), que era apoiado pelo governador.
Sobre o projeto de disputar o Governo do Estado em 2022, o prefeito da Capital desconversou, disse que conversa com os aliados sobre um “projeto alternativo”, o que não seria necessariamente sua própria candidatura. Desde o ano passado, Emanuel vem buscando ser o antagonista de Mauro, contrariando o governador a cada passo.
“Eu já falei e repito: esse projeto “Emanuel governador” está na mão de Deus. Não depende de mim. O que eu quero começar e já estou começando a fazer é discutir com as forças políticas e partidárias um projeto alternativo de desenvolvimento econômico e social para Cuiabá. Esse que está aí, já foi. Não esperam nada do Governo do Estado”, criticou.
Emanuel minimizou o programa de obras lançado por Mauro, batizado de Mais MT, e lembrou que vários das licitações elencadas pelo governador são de períodos anteriores. Ele lembrou o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), iniciado enquanto Mauro era prefeito e entregue já sob Emanuel pela prefeitura, que teria “doído” ao atual governador.
“Vocês têm tudo arquivado, 4 de abril de 2019, a mesma coisa. Os mesmos valores, as mesmas obras, salvo alguma ou outra diferença. Aí vocês clicam lá, 18 de novembro de 2019, o mesmo discurso, as mesmas obras, se aproveitando da entrega do HMC, que eu sei que dói. E chega agora, veja o discurso de ontem, são as mesmas obras, só tem este ano, ano que vem é ano eleitoral, tem vários impedimentos. E vir dizer que a trincheira da Jurumirim é uma grande obra do governo… se ele tivesse tido cuidado como prefeito na época e tivesse aplicado como nós estamos fazendo hoje ele não precisaria ficar jogando mais R$ 14 milhões no ralo por omissão da gestão da Capital na época. É o mais do mesmo”, rebateu Emanuel.
Para o prefeito, haveria um sentimento de decepção nos cuiabanos em relação ao governador, especialmente pela falta de diálogo sobre os próximos passos da gestão. A falta de conversa nas decisões é algo recorrente nas críticas de Emanuel ao governador, em especial sobre a troca do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que deve ser trocado pelo Bus Rapid Transit (BRT) conforme anunciado por Mauro em dezembro passado.
“Não existe mais perspectiva, o que existe hoje na sociedade cuiabana, e sinto pelo que tenho conversado com prefeitos do interior, é a frustração. Decepção. Falta de diálogo, de perspectiva. Já deu o que tinha que dar, é isso aí, vai fazer mais uma coisa ou outra, vai roçar acostamento e lançar como grande obra, e vai ter que chegar o próximo gestor e corrigir o que ele não fez, corrigir o que ele fez… as bombas que nós recebemos aí, fazer como fizemos a Orla do Porto II entregue no último dia, piso do Parque das Águas, essas coisas típicas de uma gestão midiática, uma gestão virtual”, apontou.
*FONTE:RD News