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Leucemia pode ser confundida com dengue hemorrágica e atrasar tratamento

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Com o crescimento dos surtos de dengue, nos últimos meses, é preciso cuidado redobrado de pacientes e profissionais da saúde. Como os sintomas da dengue são semelhantes aos da leucemia, o alerta é importante. Afinal, se os sintomas da leucemia são confundidos com os de dengue, pode haver um atraso significativo para o início eficiente do tratamento. As duas doenças podem causar febre, dor de cabeça, fraqueza, manchas pelo corpo, fadiga, sangramentos no nariz, boca e gengiva, além de outras manifestações que precisam ser investigadas rapidamente.
O alerta é fundamental no Fevereiro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre a leucemia e a importância do diagnóstico precoce para o tratamento adequado. Esse tipo de câncer afeta a medula óssea, responsável pela produção das células do sangue, incluindo leucócitos, hemácias e plaquetas.

Há relatos de pacientes, com leucemia, que foram diagnosticados inicialmente com dengue hemorrágica por conta dos sintomas. Um desses casos ocorreu em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Uma paciente de 29 anos teve o diagnóstico de suspeita de dengue. Como piorou com o passar dos dias, foram feitos vários exames. Foi, então, descoberto que ela estava com 93% da medula comprometida com leucemia. Estudos apontam que esse equívoco na hora do diagnóstico, além de angustiar pacientes que não melhoram em semanas, atrasa a forma de tratar a doença.

É preciso lembrar, nesse contexto, que a leucemia ocupa a décima posição entre os cânceres mais frequentes no Brasil. As células passam a se multiplicar de forma descontrolada. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e 2025, a estimativa é de 11.540 novos casos por ano no Brasil. Geralmente, a doença é diagnosticada em adultos jovens e crianças. A incidência é ligeiramente maior em homens (6.250 casos) do que em mulheres (5.290 casos). Pode afetar desde crianças até idosos, embora alguns tipos sejam mais comuns em determinadas faixas etárias.

Os sintomas da leucemia podem variar conforme o tipo e avanço da doença. Nas leucemias agudas, os sinais costumam ser súbitos e intensos, como fraqueza extrema, palidez, tonturas, taquicardia, sangramentos nas gengivas ou nariz, manchas roxas na pele e infecções recorrentes. No caso das leucemias crônicas, os sintomas podem ser mais sutis, muitas vezes sendo detectados em exames de rotina, como o hemograma.

Os principais tipos de leucemias são: leucemia linfoide aguda – mais comumente observado em crianças e apresenta rápido desenvolvimento; leucemia linfoide crônica – afeta principalmente indivíduos adultos, geralmente a partir dos 50 anos, tem crescimento mais lento e raramente ocorre em crianças; leucemia mielóide aguda – é o tipo mais comum de leucemia em adultos, tem desenvolvimento muito rápido e raramente ocorre em crianças; e leucemia mielóide crônica – caracteriza-se por uma produção excessiva de glóbulos brancos, com uma evolução lenta e acomete em geral pessoas idosas.

A leucemia aguda é mais grave. A medula óssea deixa de produzir células saudáveis. Há uma queda drástica na imunidade, anemia e risco de sangramentos. O tratamento, neste caso, precisa ser iniciado o mais rápido possível. Nas últimas décadas, houve uma evolução nas formas de tratamento. A quimioterapia ainda é a base do tratamento. Há, no entanto, outras estratégias como imunoterapia e o transplante de medula óssea.

É importante ressaltar que a doença exige atenção redobrada, tanto por parte da população quanto dos profissionais de saúde. Afinal, como todo tipo de câncer, quanto mais cedo for identificada a doença, maiores são as chances de tratamento. Ela é diagnosticada por amostras de sangue e medula óssea, que servem para identificar as alterações celulares.

A conscientização feita no Fevereiro Laranja reforça a importância do diagnóstico precoce e do acesso a tratamentos. Com os avanços da medicina, a leucemia é identificada nos estágios iniciais. Por isso, é importante prestar atenção aos sinais do corpo e realizar exames periódicos. Além disso, apoiar campanhas de doação de medula óssea é uma forma de ajudar pacientes que precisam desse procedimento para sobreviver.

Carlos Aburad é médico patologista
Arlindo Aburad é dentista, doutor em Patologia Bucal pela USP

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A influência da Inteligência Artificial e Big Data no marketing moderno

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Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário e advogado
Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário, presidente do Sinapro e advogado

Por Cláudio Cordeiro

Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) e o Big Data têm revolucionado o marketing, criando novas oportunidades para marcas e empresas se conectarem de forma mais inteligente e personalizada com seus consumidores. Essas tecnologias avançadas estão transformando a criação de conteúdo, a personalização de campanhas e, acima de tudo, a tomada de decisões estratégicas, permitindo uma abordagem mais precisa e eficaz para alcançar resultados.

A Inteligência Artificial tem sido amplamente adotada para melhorar a forma como o conteúdo é gerado e distribuído. Ferramentas de IA estão sendo usadas para criar textos, vídeos e até imagens de maneira automatizada, reduzindo o tempo e o custo da produção de conteúdo. Além disso, esses sistemas são capazes de analisar o comportamento do público em tempo real, ajustando e otimizando campanhas de forma dinâmica para melhorar o engajamento.

Plataformas de IA, como geradores de conteúdo baseados em machine learning, podem analisar enormes quantidades de dados de público e adaptar o tom, estilo e mensagem para se adequar melhor a diferentes segmentos. Isso resulta em uma criação de conteúdo mais relevante e direcionada, que fala diretamente às necessidades e interesses de cada grupo.

A automação na criação de conteúdo também está permitindo às marcas produzirem em escala, sem perder a personalização. A IA pode gerar milhares de variações de um anúncio ou de uma postagem em redes sociais, ajustando cada versão para diferentes perfis de consumidores. Isso garante que o conteúdo certo chegue à pessoa certa, no momento certo, maximizando o impacto e minimizando desperdícios.

Se há algo que a IA e o Big Data fazem com maestria é a personalização. Nunca foi tão possível criar campanhas profundamente personalizadas, adaptadas ao comportamento, preferências e interações de cada cliente. Com a IA analisando grandes volumes de dados, as marcas conseguem traçar perfis detalhados de seus consumidores, entendendo suas necessidades e expectativas de forma mais precisa.

O Big Data, ao coletar informações de múltiplas fontes, como redes sociais, histórico de compras, comportamento de navegação e feedbacks, permite uma visão holística do consumidor. A partir daí, a IA processa esses dados e identifica padrões que orientam a criação de campanhas individualizadas. Essa personalização vai além de apenas mencionar o nome do cliente em um e-mail, mas se estende a oferecer produtos, serviços e conteúdos que refletem diretamente os interesses e comportamentos dele.

A personalização, além de aumentar a eficácia das campanhas, melhora a experiência do consumidor, que se sente mais valorizado e compreendido. Isso reforça o relacionamento com a marca, aumentando a fidelização e a taxa de conversão. Consumidores estão mais propensos a responder positivamente a mensagens que reconhecem suas preferências e lhes oferecem soluções reais, no momento certo.

O poder do Big Data no marketing vai além de conhecer o comportamento do consumidor. Ele permite que as empresas tomem decisões estratégicas baseadas em dados sólidos, em vez de suposições ou intuições. Ao processar quantidades massivas de informações, o Big Data oferece insights valiosos sobre tendências de mercado, comportamento do consumidor, eficácia de campanhas e até previsões de vendas.

As ferramentas de análise de Big Data, combinadas com IA, possibilitam uma visão preditiva das ações de marketing. As marcas conseguem identificar com antecedência quais estratégias estão mais propensas a gerar resultados positivos, ajustando suas campanhas em tempo real com base no feedback imediato. Isso transforma o processo de marketing em algo mais ágil e adaptável, permitindo que as marcas corrijam rumos rapidamente e maximizem o retorno sobre investimento (ROI).

Outro benefício estratégico do Big Data está na segmentação precisa. As marcas não precisam mais basear suas campanhas em grandes blocos de público-alvo. Agora, elas podem segmentar seus consumidores em microgrupos, criando campanhas sob medida para nichos específicos. Isso garante que cada consumidor receba uma mensagem adequada ao seu contexto, aumentando as chances de sucesso.

A combinação de IA e Big Data no marketing está apenas começando a revelar seu potencial completo. O futuro aponta para uma maior integração dessas tecnologias em todos os aspectos do marketing, desde a criação de conteúdo até a análise e otimização de campanhas.

Ferramentas como chatbots inteligentes, que usam IA para interagir com os consumidores em tempo real, já estão transformando o atendimento ao cliente e a forma como os consumidores interagem com as marcas. Essas soluções não só economizam tempo e recursos, mas também oferecem uma experiência personalizada e eficiente, aumentando a satisfação do cliente.

Além disso, o uso de IA na previsão de tendências permitirá que as empresas antecipem mudanças no comportamento do consumidor e no mercado, ajustando suas estratégias com antecedência. Em um mundo onde a velocidade da informação é crucial, essa capacidade de prever movimentos será uma vantagem competitiva inestimável.

Embora as vantagens sejam claras, é importante mencionar que o uso de IA e Big Data no marketing vem acompanhado de desafios éticos. A privacidade dos consumidores é uma preocupação crescente, e as empresas devem garantir que os dados coletados sejam usados de maneira transparente e responsável.

Além disso, o uso excessivo de IA em interações pode, em alguns casos, desumanizar o relacionamento com o cliente. A chave está em encontrar um equilíbrio entre automação e personalização humana, onde a tecnologia aprimora, mas não substitui, o toque humano.

A Inteligência Artificial e o Big Data estão transformando o marketing de forma profunda e permanente. Essas tecnologias não apenas permitem a criação de campanhas mais personalizadas e eficazes, mas também oferecem às marcas uma compreensão mais rica e detalhada de seus consumidores e do mercado em geral.

Marcas que adotam essas tecnologias conseguem tomar decisões mais informadas, criar conteúdos mais relevantes e se adaptar rapidamente às mudanças, tudo isso enquanto melhoram a experiência do consumidor. No entanto, o sucesso dependerá da capacidade de equilibrar a automação com a responsabilidade e de usar essas ferramentas de maneira ética e transparente.

Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário, presidente do Sinapro e advogado.

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Diversidade e inclusão no marketing e na publicidade: um caminho inadiável

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Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário e advogado
Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário, presidente do Sinapro e advogado

Por Cláudio Cordeiro

Nos últimos anos, os conceitos de diversidade e inclusão se tornaram centrais nas discussões sobre marketing e publicidade. Cada vez mais, consumidores exigem que as marcas adotem uma postura clara em relação à valorização das diferenças e ao combate à discriminação. Não se trata mais de uma tendência passageira, mas de um compromisso inadiável com a representatividade e a criação de um mercado mais inclusivo, no qual todos tenham voz e espaço.

O marketing sempre teve o papel de refletir e moldar a sociedade, e as campanhas publicitárias desempenham um papel crucial na forma como vemos e compreendemos o mundo ao nosso redor. Quando falamos de representatividade, estamos nos referindo à presença de diferentes grupos sociais, em termos de gênero, raça, orientação sexual, idade, classe social, entre outros, nas mensagens que as marcas compartilham.

A falta de representatividade no passado criou um vácuo onde muitos consumidores não se viam nas campanhas publicitárias. Esse cenário começou a mudar, com marcas que passaram a incluir pessoas de diferentes origens e histórias em suas estratégias de comunicação. Campanhas inclusivas, que celebram a diversidade em todas as suas formas, têm o potencial de criar conexões emocionais profundas com os consumidores, gerando identificação e lealdade.

Mais do que um reflexo social, diversidade é uma estratégia de negócios. Estudos mostram que consumidores, especialmente os mais jovens, preferem marcas que abraçam a inclusão e que se posicionam em relação a causas sociais importantes. As empresas que investem em campanhas inclusivas não estão apenas fazendo o “politicamente correto”, mas respondendo às demandas de um mercado que valoriza e recompensa a diversidade.

No entanto, inclusão vai além da simples presença de pessoas diversas nas campanhas publicitárias. É necessário garantir que todos os grupos sejam representados de forma digna e autêntica. Não basta apenas incluir uma pessoa negra, uma mulher ou uma pessoa com deficiência em uma peça publicitária se essa inclusão não for acompanhada de uma narrativa genuína e respeitosa. A inclusão é sobre dar espaço para que essas vozes e experiências sejam ouvidas e valorizadas.

Para alcançar isso, é fundamental que as marcas escutem essas vozes. Equipes criativas e de marketing precisam ser compostas por pessoas de diversas origens e perspectivas. Isso não só enriquece o processo criativo, mas também garante que a mensagem da campanha seja inclusiva em sua essência, evitando estereótipos e clichês que podem causar mais mal do que bem.

Campanhas publicitárias têm o poder de influenciar comportamentos e atitudes, e o impacto de uma campanha inclusiva vai além do marketing. Ao promover a diversidade e a inclusão, as marcas ajudam a normalizar o que, muitas vezes, ainda é visto como “diferente” ou “estranho. Quando uma marca exibe em sua comunicação pessoas de diferentes raças, gêneros ou corpos, ela está dizendo ao mundo que todos pertencem e que suas experiências são válidas.

Esse tipo de abordagem não apenas melhora a percepção da marca, mas também contribui para uma sociedade mais inclusiva. Quando consumidores veem a si mesmos ou a pessoas semelhantes a eles em campanhas publicitárias, isso gera um senso de pertencimento, autoestima e empoderamento. As marcas, portanto, têm uma responsabilidade social em suas mãos, e podem escolher ser agentes de mudança ou perpetuadores de um status quo excludente.

Incorporar a diversidade nas estratégias de comunicação vai muito além de campanhas publicitárias isoladas. Trata-se de um compromisso contínuo e presente em todas as ações da marca. É preciso que os princípios de inclusão estejam presentes em cada ponto de contato com o consumidor, seja nas redes sociais, no atendimento ao cliente ou nos eventos de marca.

Além disso, a diversidade deve ser um valor interno da empresa. Marcas que promovem inclusão nas suas campanhas, mas não refletem esses valores dentro de suas equipes, acabam gerando desconfiança e descredibilização. O público está cada vez mais atento à coerência entre o discurso e a prática.

Adotar práticas inclusivas no marketing e na publicidade não é isento de desafios. Em muitos casos, é necessário lidar com resistências internas e externas, assim como ajustar abordagens para evitar erros. Um dos maiores riscos que as marcas enfrentam é o “pinkwashing” ou “greenwashing”, quando se utiliza causas sociais como marketing sem um compromisso real com essas pautas. Para evitar isso, é essencial que a diversidade e a inclusão sejam genuinamente parte da missão e dos valores da marca.

Por outro lado, as oportunidades são imensas. Marcas que conseguem estabelecer uma conexão verdadeira e autêntica com seu público a partir de uma comunicação inclusiva estão criando relações duradouras. Essa conexão emocional transcende o consumo, e consumidores que se identificam com os valores de uma marca tendem a ser mais fiéis e a recomendar essa marca para suas redes de contato.

A diversidade e a inclusão são mais do que imperativos éticos; são elementos centrais para o sucesso de estratégias de marketing no século XXI. As marcas que investem em campanhas publicitárias inclusivas e que verdadeiramente celebram as diferenças estão posicionando-se à frente de um mercado em transformação, onde os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes.

A valorização da diversidade cria laços emocionais mais fortes, fideliza o consumidor e, ao mesmo tempo, contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Cabe às marcas não apenas seguir essa tendência, mas liderá-la, com autenticidade, respeito e propósito.

Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário, presidente do Sinapro e advogado.

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A transformação do comportamento do consumidor pós-pandemia: implicações para o marketing e campanhas políticas

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Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário e advogado
Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário, presidente do Sinapro e advogado

Por Cláudio Cordeiro

A pandemia de Covid-19 provocou profundas mudanças no comportamento do consumidor em nível global, afetando não apenas a maneira como compramos e consumimos, mas também como nos relacionamos com marcas e lideranças. Para empresas privadas e campanhas políticas, essas transformações trouxeram desafios e oportunidades inéditas, exigindo novas estratégias de marketing e comunicação para se conectarem com um público em constante mudança.

O período de isolamento social e as crises econômica e sanitária aceleraram tendências que já estavam em curso, mas também criaram novos paradigmas. O consumidor pós-pandemia é mais digital, mais consciente e mais exigente. A experiência do consumo migrou para o online de forma intensa, consolidando o e-commerce e serviços de entrega como pilares fundamentais para os negócios.

A digitalização do consumo, no entanto, não foi apenas uma questão de conveniência. Ela representou uma transformação na forma como o consumidor interage com marcas. A facilidade de acesso à informação e a possibilidade de comparar produtos e serviços em tempo real aumentaram o poder de decisão do consumidor, que agora espera transparência, personalização e rapidez.

Do ponto de vista do marketing, essa nova realidade exige uma abordagem omnichannel, onde as empresas precisam integrar de maneira fluida suas presenças online e offline. A experiência do cliente deve ser contínua e coerente, independentemente do canal escolhido para a interação.

Outro fator que se intensificou no pós-pandemia foi a crescente valorização da responsabilidade social, por parte das empresas. Durante a crise, muitos consumidores começaram a esperar que as marcas se posicionassem e atuassem de maneira ativa em causas sociais, ambientais e de saúde pública. Esse comportamento continua em alta, com o público priorizando empresas que demonstram compromisso real com questões como sustentabilidade, diversidade e inclusão.

Para o marketing, isso significa que as marcas precisam, além do produto. Elas devem ser transparentes em suas ações e oferecer soluções que atendam não apenas às necessidades imediatas do consumidor, mas também contribuam para o bem-estar da sociedade como um todo. Propósito tornou-se uma palavra-chave, e empresas que não adotam uma postura responsável correm o risco de perder relevância.

Assim como no setor privado, as campanhas políticas também foram fortemente impactadas por essas mudanças no comportamento do consumidor. O eleitor, que também é um “consumidor de ideias”, agora é mais digital e mais exigente em relação aos valores e posicionamentos dos candidatos.

A comunicação digital tornou-se a principal plataforma de interação entre candidatos e eleitores. O uso de redes sociais, plataformas de vídeo e marketing direto por meio de mensagens personalizadas já não é uma opção, mas uma necessidade. Porém, essa comunicação precisa ser autêntica e relevante, já que o eleitor está mais atento a incoerências e à falta de clareza nas propostas.

Além disso, os eleitores, assim como os consumidores, estão demandando maior transparência e responsabilidade social. Candidatos que conseguem se posicionar de maneira firme em questões de saúde pública, justiça social e economia sustentável tendem a atrair um eleitorado que valoriza ações concretas em vez de promessas vazias.

A pandemia também acelerou o uso de dados e inteligência artificial, para personalizar experiências, tanto no setor privado quanto nas campanhas políticas. A coleta e análise de dados permitem que marcas e candidatos identifiquem os interesses, preocupações e comportamentos de seus públicos com mais precisão, oferecendo soluções e propostas altamente personalizadas.

No entanto, essa personalização deve ser feita de forma cuidadosa e ética. A proteção de dados se tornou uma preocupação central para os consumidores e eleitores, que esperam que suas informações pessoais sejam tratadas com respeito e transparência. Confiança é a base dessa relação, e qualquer uso indevido de dados pode causar danos irreparáveis à reputação de uma marca ou campanha.

A pandemia trouxe à tona a importância da experiência do consumidor, como fator determinante para a escolha de produtos e serviços. As empresas que proporcionam experiências únicas, mesmo em um ambiente digital, saem na frente. Isso inclui desde uma jornada de compra fluida até um atendimento ao cliente eficiente e humanizado.

Nas campanhas políticas, a experiência do eleitor também ganhou um novo significado. A interação com o candidato, seja em eventos virtuais, lives ou através de conteúdos personalizados, precisa ser envolvente e trazer valor real ao eleitorado. O foco não está apenas na mensagem, mas na maneira como ela é entregue e percebida.

A transformação do comportamento do consumidor pós-pandemia trouxe implicações profundas para o marketing de empresas privadas e campanhas políticas. A digitalização, a busca por responsabilidade social, a exigência de personalização e a valorização da experiência são tendências que vieram para ficar.

Tanto empresas quanto candidatos precisam adaptar suas estratégias para se conectarem de maneira mais eficaz com um público cada vez mais informado e crítico. A chave para o sucesso reside em uma comunicação autêntica, no uso ético de dados e na capacidade de oferecer valor real em cada interação, seja no ambiente comercial ou eleitoral.

Cláudio Cordeiro, é consultor de marketing político e eleitoral, CEO da Gonçalves Cordeiro, publicitário, presidente do Sinapro e advogado.

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