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Juros altos e enrolação

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Enquanto o governo federal se recusa a cortar gastos, o Brasil sangra! Juros estratosféricos, impostos sufocantes e a corrosão do poder de compra pela inflação estão se tornando uma sina para a população. E qual é a solução proposta pelo presidente em Brasília? A criação do “Grupo de Trabalho Interministerial do Spread Bancário”,instalado formalmente no dia 05 de novembro deste ano, que só apresentará um relatório final em março de 2025. Uma estratégia que soa mais como adiamento do problema do que como uma solução real e imediata.

Mas o que é este tal de “Spread Bancário”? Explico bem resumidamente que é a margem de risco que os bancos adicionam às taxas de juros cobradas nos empréstimos efetuados ao consumidor final, para cobrir seus custos e lucros.
Atualmente, o Brasil ostenta a segunda maior taxa de juros do mundo, atrás apenas da Rússia (que está em guerra!). Entre as razões apontadas pelo próprio Banco Central estão a baixa taxa de recuperação de crédito, a gigantesca dívida pública alimentada por um governo gastador e a distorção causada pelos créditos subsidiados.

De acordo com o Banco Central, a taxa de recuperação de crédito no Brasil é uma das mais baixas do planeta: onde a cada R$ 1 emprestado pelos bancos brasileiros, apenas R$ 0,18 retornam. Em países como Japão e Estados Unidos, esses valores chegam a R$ 0,92 e R$ 0,80, respectivamente. O que os bancos fazem diante de uma recuperação tão pífia? Aumentam os juros para compensar o risco.
É claro que não há como resolver o problema dos juros sem enfrentar a questão da recuperação de crédito, mas depender de um grupo de trabalho para atacar o óbvio parece ser mais uma cortina de fumaça do que um plano de ação.

A dívida bruta do Brasil está em 90% do PIB, muito acima da média da América Latina (73%) e de países como o Chile (37%). Um governo que gasta sem controle cria um efeito cascata: quanto maior a dívida pública, maior o custo do dinheiro para todos.
O governo federal, ao invés de enfrentar esse problema com austeridade, despreza os cortes de gastos e insiste em estratégias que mais se parecem com paliativos do que com soluções reais. O resultado é o mesmo: juros altos que sufocam a economia, impedem o crescimento e aumentam a desigualdade.

Outra distorção que alimenta os juros altos no Brasil é o crédito subsidiado. No Brasil, 40% do crédito possui subsídios, enquanto na Colômbia, por exemplo, esse índice é de apenas 3,8%. Quem tem acesso a esses créditos privilegiados paga menos, enquanto o cidadão comum paga a conta.

 

Por David F. Santos – Consultor Empresarial e Tributário na Lucro Real Consultoria Empresarial.
A prática de oferecer créditos subsidiados, muitas vezes direcionados a setores específicos ou aliados políticos, cria uma economia desigual, onde quem está fora desse círculo é penalizado com juros mais altos.

O grupo de trabalho anunciado em Brasília, com foco em questões como inadimplência, custos administrativos e crédito para pequenos empreendedores, tem um escopo amplo, mas prazo pífio. Se a entrega do relatório só ocorrerá em março de 2025, fica evidente que soluções rápidas não estão na pauta.

A decisão de criar esse grupo, principalmente com a participação de banqueiros que se beneficiam do atual cenário, parece mais uma tentativa de ganhar tempo do que um esforço genuíno para mudar as estruturas que mantêm os juros nas alturas. Parece até que estão entregando a chave do galinheiro para a raposa.

Outro fator que trava a recuperação de crédito, é o sistema jurídico brasileiro, com processos de cobrança lentos, burocráticos e repletos de brechas legais que permitem a protelação indefinida por parte de “mal pagadores”, já que ocorre no meio bancário o caso de pessoas físicas e jurídicas que sobrevivem apenas pela graça do “empréstimo, para pagar outro empréstimo”. Além disso, a cultura do endividamento com consumismo exagerado, uma economia instável e a ausência de punições eficazes agravam ainda mais o cenário. Obviamente a legislação protege os bons devedores, que são sérios e que por motivos externos à suas vontades, acabam recorrendo à Recuperação Judicial para fugir de uma Falência.

É importante explicar ao nobre leitor que “Juros” é o preço do dinheiro no tempo, sendo que o tempo é elementar para o ser humano, onde toda ação humana e tudo que é feito em nossas vidas é medido pelo tempo. Neste sentido uma pessoa que busca adquirir um bem móvel ou imóvel que custa mais que o valor que já conseguiu poupar até o momento, pode esperar e poupar mais um tempo ou então de acordo com sua “preferência temporal”, pode recorrer ao empréstimo que geralmente faz parte do dinheiro poupado por outra pessoa durante um certo período de tempo. Financiando a aquisição do bem, o comprador, está antecipando o valor que pouparia no futuro e para isso paga o preço do dinheiro poupado por outra pessoa durante algum tempo e assim nascem as “Taxas de Juros”, de modo justo, perfeito, belo e moral, pois além do pai, mãe ou irmão, dificilmente alguém irá soltar dinheiro na mão de outra pessoa, sem cobrar um valor adicional.

Desta maneira, sendo o preço do dinheiro no tempo, a “taxa de juros” equilibra a vontade que alguns tem empoupar, com o desejo que outras pessoas tem em gastar.

Em um país sério, a taxa do juros é reflexo do livre mercado, da concorrência e do respeito aos contratos privados, sem influência de qualquer ente governamental, porém, nós que vivemos em um lugar que privilegia a intervenção estatal, acabamos sofrendo o preço do populismo barato de um governo inchado, que cobra juros altos para se manter no poder.

De acordo com Milton Friedman (Prêmio Nobel de Ciências Econômicas de 1976), “O governo é muito ineficiente em gastar dinheiro. Eles não conseguem fazê-lo bem porque não estão gastando seu próprio dinheiro(…) A intervenção do governo na economia deve ser mínima, limitando-se à proteção dos direitos individuais e à manutenção da ordem”. Entretanto enquanto o governo federal continuar a adiar cortes de gastos e insistir em estratégias de “discussão / enrolação” sem resultados concretos, a população brasileira continuará a pagar o preço de uma economia desequilibrada e injusta.

É hora de parar de procrastinar e agir com responsabilidade! Não adianta querer baixar juros na base da marretada! A economia que o governo deve fazer é igual à que fazemos em nossas casas, onde respeitamos nossos tetos de gastos de acordo com os nossos rendimentos.
O Brasil precisa urgentemente de reformas estruturais que enfrentem o problema dos juros altos em suas raízes. Reduzir a dívida pública, parar de gastar como se não houvesse amanhã, Respeitar os contratos privados, melhorar a recuperação de crédito e acabar com a prática de créditos subsidiados são passos fundamentais.

Afinal, o que falta ao governo é coragem ou vontade de mudar? Enquanto esperamos por respostas, os juros continuam a sufocar o Brasil.

Por fim, caso você tenha interesse em ver gráficos e números, no site do Banco Central, há um documento sobre “Atuação do Banco Central do Brasil”, com muito conteúdo interessante explicando e comparando estatísticas sobre o Brasil e outros países no mundo, que pode ser acessado no seguinte endereço: https://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/TextosApresentacoes/Senado_10.8.23.pdf.

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Júlio Campos diz que na época que era governador Secretaria de Segurança não dava “colher de chá” para criminosos

Segundo ele, os tempos mudaram, e o Estado enfrenta hoje o avanço das facções criminosas.

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O deputado Júlio Campos (UB) relembrou que na época de sua gestão como governador (1983 – 1987), “bandido bom era bandido morto” e a Secretaria de Segurança não dava “colher de chá” para criminosos.

Segundo ele, os tempos mudaram, e o Estado enfrenta hoje o avanço das facções criminosas.

Campos elogiou o programa “Tolerância Zero ao Crime”, lançado pelo governador Mauro Mendes (UB), destacando que a iniciativa é essencial para transformar a segurança pública e aumentar sua eficiência.

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Trânsito no Portão do Inferno funcionará no sistema pare e siga até 18 de dezembro

Medida é necessária para a instalação de uma barreira dinâmica no local

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Foto: Assessoria Sinfra-MT

 

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) informa que, a partir desta segunda-feira (02.12) e até o dia 18 de dezembro, o trânsito na região do Portão do Inferno, na MT-251, estará funcionando no sistema de pare e siga.

O sistema estará operando entre às 07h30 e às 16h30, nos dias úteis. No período noturno, assim como no fim de semana, as duas pistas permanecerão abertas.

No sistema de pare e siga apenas uma pista permanece aberta. Desta forma, duas barreiras estarão montadas, uma próxima a Salgadeira e outra próxima a Casa do Mel, para controlar o trânsito, liberando um lado de cada vez.

O trânsito precisará funcionar em meia pista para a instalação de uma barreira dinâmica no local. Essa barreira, feita de aço, funciona como uma espécie de rede, que dá proteção para a realização dos serviços, tanto dos trabalhadores envolvidos na obra quanto da estrutura da rodovia.

A Sinfra-MT reforça, no entanto, que interrupções totais no trânsito poderão ocorrer nesse período em caso de chuva intensa, acima de 20 milímetros, seguindo protocolo de segurança para o local.

Final de ano

A Sinfra informa que, após a conclusão da instalação das barreiras, no dia 18 de dezembro, não haverá nenhuma interrupção no trânsito entre os dias 23 de dezembro e 06 de janeiro de 2025. O trânsito estará livre em razão das festas de fim de ano.

No entanto, o local continuará sendo monitorado, podendo haver interrupções nesse período em caso de chuvas intensas ou outros riscos detectados.

Confira o cronograma abaixo:

De 02 de dezembro até 06 de dezembro – trânsito em meia pista das 07h30 às 16h30
Dias 07 e 8 de dezembro – trânsito liberado
De 09 de dezembro até 13 de dezembro – trânsito em meia pista das 07h30 às 16h30
Dias 14 e 15 de dezembro – trânsito liberado
De 16 a 18 de dezembro – trânsito em meia pista das 07h30 às 16h30

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Bonificação regional da UFMT no ENEM deve ser mantida para corrigir desigualdades

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A recente decisão da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de revogar a bonificação de 15% nas notas do Enem para alunos que estudaram e concluíram o ensino médio no Estado foi um duro golpe no meio das regras do jogo. Isso a menos de 60 dias do SISU (Sistema de Seleção Única) para ingresso em universidades públicas no Brasil. Mas a UFMT ainda tem tempo de corrigir a rota e suspender essa revogação. Como estudante de Mato Grosso, formada integralmente no ensino médio em escolas do estado, não é possível ficar indiferente diante deste grave cenário educacional.
A medida, instituída em 2023, foi uma conquista histórica, e permitiu que estudantes locais competissem em condições mais justas no acesso ao ensino superior. Agora, esse avanço social está sendo desfeito sem qualquer diálogo com a comunidade acadêmica ou análise séria de seus impactos. A UFMT sequer mostrou qualquer aspecto negativo que justifique essa suspensão abrupta.
É preciso deixar claro que a bonificação regional não foi criada por acaso. Ela nasceu da realidade educacional desigual que caracteriza o Brasil. Antes da bonificação, a lista de aprovados na UFMT era amplamente dominada por alunos de outros estados, especialmente no curso de Medicina, deixando os mato-grossenses em desvantagem. Com a implementação do bônus de 15%, essa situação começou a mudar. Pela primeira vez, estudantes da região passaram a ter mais espaço na universidade que deveria prioritariamente servir à sua comunidade.
O impacto da bonificação foi claro e positivo. Após sua adoção, a UFMT registrou um aumento significativo no número de aprovados oriundos do nosso Estado. Esses estudantes agora têm a oportunidade de cursar o ensino superior em seu estado, o que fortalece o vínculo entre a universidade e a população local. Isso não é apenas uma questão de justiça social, mas também de desenvolvimento regional. Quando a universidade investe em estudantes locais, ela contribui para formar profissionais que estão mais inclinados a permanecer e trabalhar em suas comunidades, gerando impactos positivos na saúde, educação, economia e outras áreas cruciais para o progresso do estado.
A decisão da UFMT de revogar a bonificação foi tomada de maneira repentina e sem ouvir a comunidade acadêmica ou os principais interessados: os estudantes e suas famílias. A justificativa apresentada pela universidade é baseada em parecer do Ministério da Educação (MEC) e uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O parecer do MEC assim como a decisão não têm efeito vinculativo. Além disso, a universidade tem autonomia.
Outras universidades federais não suspenderam neste momento as políticas de bonificação regional. Essas instituições reconhecem que essa ferramenta é essencial para reduzir desigualdades e promover a inclusão no ensino superior. Esse exemplo deveria também ser seguido pela UFMT.
A revogação precisa ser urgentemente revista. Um grupo de pais e estudantes pediu ao Consepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), da UFMT, para que a decisão seja reconsiderada. O Consepe vai se reunir esse mês para analisar o assunto. Além do protocolo físico feito no Consepe, já existem mais de 4.500 assinaturas de pais e estudantes que repudiam a forma como a reitoria da UFMT revogou essa bonificação sem nenhum debate com a sociedade. Ao contrário do que aconteceu quando houve a implementação da bonificação. Na ocasião, houve debate com a sociedade e setores da educação.
Se a UFMT quer acabar com a bonificação, que isso seja feito depois de um amplo debate – como deve ser em uma gestão democrática – e com uma transição planejada para o próximo processo seletivo e não às suas vésperas do Sisu como está sendo feito. A UFMT ainda tem a chance de reverter essa decisão e reafirmar seu compromisso com a inclusão social e o desenvolvimento regional. A bonificação não é um privilégio. É uma política reparadora que busca nivelar o campo de disputa em um país onde as desigualdades educacionais ainda são gritantes.

*Aline Aburad é estudante

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