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Polícia

Intervenção policial: mortes crescem 197% em MT

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O número de mortes decorrentes de ações policiais aumentou 197% em Mato Grosso nos últimos seis anos, segundo dados do painel do Ministério da Justiça. Em 2019, foram registradas 72 mortes, enquanto 2024 fechou com 214 casos, resultando em uma taxa de 5,58 mortes a cada 100 mil habitantes.

No período de 2019 a 2024, o estado acumulou 851 mortes em intervenções policiais. No Brasil, a taxa nacional registrada é 2,83 mortes por 100 mil habitantes, e desde 2015 o país soma 52.091 óbitos desse tipo, média de 14 por dia.

Um dos casos mais recentes aconteceu em 30 de janeiro de 2025, quando Douglas Gonçalves de Oliveira, 31, e Marcos Vinicius da Silva Faria, 24, morreram durante uma abordagem da Força Tática. Segundo o boletim de ocorrência, a dupla estava em uma caminhonete e teria atirado contra os policiais. A versão oficial, no entanto, foi contestada por Marinete Cardoso, mãe de Douglas, que acusa a polícia de execução e relatou agressões cometidas por agentes contra sua família.

ouvidor-geral da Polícia em Mato Grosso, Teobaldo Witter, considera os números “assustadores” e defende a implantação de câmeras corporais nos uniformes dos policiais. Ele argumenta que os dispositivos protegem tanto os cidadãos quanto os agentes de segurança e podem garantir abordagens mais transparentes.

— Defendemos o uso de câmeras corporais, pois hoje fica todo mundo no mesmo rolo. Existem bons policiais, que não usam a violência como primeiro recurso — afirma Witter.

A ideia é reforçada pelo professor Douglas Ibarra, da UFMT, especialista em Direito Penal, que afirma que a letalidade policial é um problema estrutural. Para ele, as câmeras são uma ferramenta eficaz para reduzir abusos e evitar erros judiciais.

STF já determinou que o uso das câmeras deve ser obrigatório em operações de maior risco, desde que haja disponibilidade do equipamento. Estudos indicam que sua adoção pode diminuir não apenas mortes de civis, mas também de policiais.

sociólogo João Edisom de Souza destaca que a segurança pública não deve se resumir ao enfrentamento armado. Ele critica o discurso do “bandido bom é bandido morto” e sugere que políticas de prevenção e inteligência são mais eficazes para conter a criminalidade.

— Quando a polícia entra na situação, muitas vezes já não há mais solução. O foco deve estar em evitar que a violência escale até esse ponto — argumenta Souza.

Já o governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Segurança Pública, sustenta que as mortes ocorrem apenas em situações de confronto direto, quando há risco à vida dos policiais. Em nota, a pasta destacou que o estado tem investido em tecnologia, estrutura e armamento para o combate ao crime organizado.

O crescimento expressivo da letalidade policial em Mato Grosso reflete um debate nacional sobre segurança pública, direitos humanos e o papel das forças de segurança na sociedade. A implementação de medidas como o uso de câmeras corporais pode ser um caminho para equilibrar a proteção dos agentes e a garantia de direitos da população.

Conteúdo- A Gazeta

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Polícia

Vítima denuncia esquema de tráfico sexual e leva PF a operação no Brasil

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A Polícia Federal realizou, nesta sexta-feira (14), a Operação Insídia para combater o tráfico de pessoas com fins de exploração sexual na Europa. A ação ocorreu em Rio Branco, no Acre, onde foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do estado.

A investigação teve início na Superintendência Regional da PF em Mato Grosso, após uma vítima denunciar que havia sido levada para a Europa sob falsas promessas de melhores condições de vida, mas acabou sendo submetida à exploração sexual.

Durante a operação, celulares e outros materiais de interesse foram apreendidos. A Polícia Federal seguirá com as investigações para aprofundar o caso e identificar possíveis envolvidos no esquema criminoso.

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Polícia

Ação conjunta da PF desmonta estrutura de garimpo ilegal em Mato Grosso

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A Polícia Federal, em ação conjunta com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER), realizou entre os dias 12 e 13 de março uma operação de repressão a crimes ambientais e contra a ordem econômica na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso.

Denominada Operação Rondon, a ação teve como principal objetivo combater a extração ilegal de ouro e remover garimpeiros das áreas ocupadas ilegalmente. Além disso, foram inutilizados instrumentos e maquinários utilizados na atividade de garimpagem, impedindo a continuidade da degradação ambiental na região.

Durante as incursões, as equipes destruíram escavadeiras hidráulicas, motores estacionários e diversos equipamentos empregados na extração ilegal de ouro. Além disso, foram apreendidos munições de diversos calibres, celulares, anotações e outros materiais que podem ajudar nas investigações sobre a atividade criminosa.

A operação busca conter o agravamento da situação na TI Sararé, onde, além do crime de usurpação de bens da União e degradação ambiental, há registros de porte ilegal de armas, homicídios motivados por disputas territoriais e outros ilícitos ligados ao garimpo ilegal.

As forças de segurança seguem monitorando a região para evitar a retomada das atividades criminosas e garantir a proteção do território indígena.

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Polícia

“Uma das cenas mais cruéis”, diz perito sobre assassinato de Emilly Sena

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O perito criminal Luis Paoli, da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec-MT), esteve na casa onde o corpo de Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, foi encontrado na manhã desta quinta-feira (13), no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. A adolescente, que estava grávida de nove meses, foi encontrada enterrada em uma cova rasa, com o abdômen aberto e as mãos amarradas nas costas.

Segundo Paoli, a brutalidade do crime chocou até mesmo profissionais experientes. “Para eu me conter diante da cena de uma menina de 16 anos com o abdômen aberto, mãos presas nas costas e asfixiada, foi difícil. Tenho uma filha com idade próxima e senti o peso do que fazemos. De todas as situações que já cobri, essa foi uma das mais cruéis e difíceis de processar”, afirmou o perito, que atua há 12 anos na profissão.

Assassinato brutal e investigação em andamento

A perícia inicial apontou que Emilly foi morta por asfixia antes de ter o abdômen aberto para a retirada do bebê. O corpo apresentava sinais de violência, incluindo possível fratura nos pulsos. A adolescente havia saído de casa, em Várzea Grande, para buscar doações de roupas para sua filha, mas não retornou e foi considerada desaparecida.

Até o momento, quatro pessoas foram levadas para a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento. Entre elas, o chefe de cozinha Christian Cebalho, que chegou a postar um vídeo da recém-nascida nas redes sociais, mas foi liberado. Já Nataly Helen Martins Pereira, que confessou ter assassinado Emilly e alegou ter agido sozinha, segue presa.

A bebê resgatada permanece sob acompanhamento médico no hospital, enquanto as investigações continuam para esclarecer os detalhes do crime e possíveis outros envolvidos.

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