Santos Cruz: a divulgação do vídeo foi um erro operacional de serviço de um funcionário antigo do Planalto
O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou que não foi proposital a divulgação de um vídeo pelas mídias sociais do Palácio do Planalto, no dia 31 de março deste ano, comemorando a ditadura militar instalada no Brasil em 1964.
O ministro fez as declarações, nesta terça-feira (16), durante audiência pública da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
Segundo o ministro, que tem sob sua responsabilidade a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, o vídeo sobre "os acontecimentos de 1964" foi divulgado por um funcionário antigo do Palácio do Planalto.
"É um funcionário com 26 anos de serviço, trabalhou nos governos do Itamar, do Lula e da Dilma. Não tem nenhuma conotação ideológica, não foi uma coisa proposital. Foi tranquilamente um erro operacional de serviço, sem nenhuma ideia de divulgação por motivação ideológica. É um erro de serviço”, disse Santos Cruz.
O ministro afirmou que está tomando medidas para apurar o caso. “Ontem eu tive a oportunidade de ouvir todos [os servidores da Secom]. Tem que fazer correção de rumo para que não se tenha novamente esse tipo de incidente operacional, que acontece por uma série de razões", declarou.
O vídeo teve grande repercussão em todas as mídias quando foi divulgado, pois, dias antes, o presidente da República, Jair Bolsonaro, havia ordenado que os militares comemorassem a data de 31 de março.
Regime militar
O que o ministro chamou de "acontecimentos de 64" foi classificado pelos deputados governistas como uma "contrarrevolução" para evitar o comunismo no Brasil.
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) considerou uma perda de tempo o convite para o ministro vir à Câmara. "O termo ditadura militar é um termo complexo, porque não tivemos isso. É um fato inexistente no Brasil. O que houve foi um regime democrático militar. Uma intervenção militar solicitada por esta Casa”, afirmou.
Autora do requerimento para o debate, a deputada Erika Kokay (PT-DF) considerou fundamental a presença do ministro e ressaltou fatos ocorridos durante o regime militar (1964-1985), como o fechamento do Congresso por duas vezes e dezenas de opositores cassados, torturados e exilados.
"A liberdade não era permitida. Nós não tínhamos a liberdade de nos organizarmos em partidos políticos, não tínhamos a liberdade de termos sindicatos atuando, nós não tínhamos a liberdade de falar o que quiséssemos falar e nem tínhamos a liberdade necessária para o desenvolvimento da cultura, da ciência e da arte. Porque cultura, ciência e arte têm que receber um alimento que é insubstituível: é o alimento da democracia e da liberdade", disse Kokay.
Na audiência pública, 18 deputados falaram a favor do governo e apenas 2 deputados se apresentaram para fazer críticas.
O deputado federal Nelson Barbudo (PL-MT) fez duras críticas à paralisação dos trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados nesta semana. Segundo o parlamentar, a ausência de sessões, mesmo diante de pautas urgentes, é mais do que descaso — é uma estratégia para desmobilizar a indignação popular.
“O que estamos vendo é uma tentativa de empurrar temas sensíveis para debaixo do tapete. Comigo não vai funcionar. Essa falta de sessões não é por acaso, é estratégia para adormecer a revolta do povo. Mas esses assuntos não ficarão impunes nem esquecidos”, declarou Barbudo.
Entre os temas que aguardam avanço, o deputado destacou a CPMI do roubo dos aposentados, os debates sobre o preço abusivo da carne e a discussão sobre a tentativa de anistia. Para ele, são questões que afetam diretamente a população e não podem ser ignoradas.
Barbudo reforçou seu compromisso com os eleitores de Mato Grosso e com os brasileiros de todo o país. “Vou continuar cobrando, denunciando e lutando. A população precisa saber o que está sendo travado aqui dentro”, afirmou.
A crítica do deputado ecoa entre parlamentares da oposição, que vêm denunciando a estagnação proposital de pautas de interesse público em meio a movimentações políticas nos bastidores.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (19), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que 20 países suspenderam temporariamente a importação de carne de aves brasileira. A medida, segundo o órgão, foi motivada por protocolos sanitários firmados com os parceiros comerciais.
Entre os países que suspenderam a importação da carne de aves de todo o território nacional estão: México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia, Argentina, China, União Europeia, África do Sul, Rússia, Peru, República Dominicana, Bolívia, Marrocos, Paquistão e Sri Lanka.
Outros países, como Reino Unido, Cuba e Bahrein, optaram por uma suspensão regionalizada, afetando apenas o estado do Rio Grande do Sul, onde foi identificado o foco sanitário. Em diversos outros casos, a restrição foi limitada à área afetada, o que não traz impactos comerciais diretos, já que não há estabelecimentos exportadores na região sob alerta.
O Mapa reforça que a lista de países com restrições é dinâmica e revisada diariamente, conforme avançam as tratativas diplomáticas e sanitárias. O governo brasileiro tem apresentado aos parceiros internacionais todas as medidas adotadas para erradicar o foco identificado.
Atualizações sobre a situação e as negociações em curso serão divulgadas no site oficial do Ministério, com o compromisso de garantir transparência e informação precisa à população e ao setor produtivo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, nesta quarta-feira (14/5), que é possível que o esquema de fraudes no INSS tenha começado ainda durante a sua gestão (2019–2022). Apesar de destacar que o escândalo “explodiu no governo Lula”, ele declarou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os descontos indevidos em aposentadorias e pensões, que já somam um prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões.
“É possível [que tenha acontecido no meu governo], e vai ser investigado. Se, por ventura, alguém do meu governo fez algo de errado, que pague. E ponto final”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao portal UOL.
O ex-presidente também ponderou que é difícil alcançar um cenário de corrupção zero.
“Você pode até buscar, mas é como o zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula. Explodiu”, completou.
O escândalo veio à tona com a operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril. A investigação revelou um esquema que envolvia descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas, praticados por entidades associativas com base em acordos de cooperação técnica com o INSS. Os fatos investigados abrangem o período entre 2019 e 2024, ou seja, iniciaram no governo Bolsonaro e se estenderam até o atual governo Lula.
A oposição no Congresso, com apoio de aliados de Bolsonaro, protocolou na segunda-feira (12/5) o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o caso. O requerimento conta com assinaturas de 36 senadores e 223 deputados federais. A proposta visa investigar não apenas o esquema, mas também as falhas de fiscalização que permitiram a continuidade da fraude por anos.
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