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Política Nacional

Ex-ministro defende modelo de repartição da Previdência; secretário critica custo fiscal

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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Seminário: O Regime Próprio e do Regime Geral da Reforma da Previdência. Ex-Ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto
Miguel Rossetto, ex-ministro do Trabalho e Previdência Social, criticou modelo de capitalização

O ex-ministro do Trabalho e Previdência Social no governo Dilma Rousseff, Miguel Rossetto, defendeu nesta terça-feira (16) o modelo de repartição do sistema previdenciário, que hoje vigora no País. Para ele, o modelo é socialmente mais justo e pode ser financiável no longo prazo. “O modelo previdenciário de repartição é sustentável e, mais do que isso, é necessário para um projeto de país igualitário”, disse.

Rossetto participou do seminário realizado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público que discutiu a reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PEC 6/19). O debate foi proposto pelos deputados Rogério Correia (PT-MG), Nelson Pellegrino (PT-BA) e Paulo Ramos (PDT-RJ), e contou com a participação do secretário especial da Previdência e do Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.

No modelo de repartição, os trabalhadores da ativa pagam os benefícios de quem já está aposentado. Ele difere do sistema de capitalização, que o governo propõe. Nesse modelo, cada um contribui para si. O valor depende de quanto a pessoa acumulou.

Para Rossetto, o modelo atual pode ser aperfeiçoado, mas é “estruturalmente eficiente”. Ele criticou o governo por separar a conjuntura econômica do País, marcada por recessão e desemprego, do debate sobre a Previdência. “Uma discussão séria sobre o modelo previdenciário enfrenta a questão central que é a da arrecadação previdenciária. E o governo em nenhum momento fala disso”, observou.

Peso fiscal
Rogério Marinho fez um contraponto a Rossetto, e afirmou que o modelo de repartição não se sustenta do ponto de vista fiscal e é injusto “porque poucos ganham muito, e a esmagadora maioria ganha pouco”. Ele afirmou que no ano passado o governo gastou R$ 712 bilhões em Previdência e Assistência Social. Em contrapartida, despendeu R$ 74 bilhões com educação. “Estamos gastando 10 vezes mais com nosso passado do que com nosso futuro”, disse Marinho.

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Seminário: O Regime Próprio e do Regime Geral da Reforma da Previdência. Secretário Especial da Previdência e do Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho
Rogério Marinho, secretário especial da Previdência, disse que a PEC 6/19 combate privilégios

Ele negou que a reforma da Previdência prejudique a parcela mais pobre da população, como afirmou Rossetto. Segundo o secretário, o peso das mudanças propostas pelo governo incide 14 vezes mais no regime dos servidores públicos (RPPS) do que no regime da iniciativa privada (RGPS). E os trabalhadores que ganham até um salário mínimo vão contribuir com 7,5% ao mês para o regime, uma alíquota inferior à atual (8%). “Quem disse que a PEC não combate privilégios ou não leu ou precisa ser esclarecido”, afirmou.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) também rejeitou o argumento de que a reforma prejudica os mais pobres. Ele lembrou que a PEC 6/19 determina que os benefícios previdenciários não serão inferiores ao salário mínimo. Kataguiri disse que somente as corporações de servidores com altos salários é que estão contra as mudanças propostas pelo governo. “No meu gabinete só bateu juiz, só bateu promotor, só bateu auditor da Receita Federal”, disse. “Trabalhador não tem tempo para vir aqui de manhã ficar achacando deputado”, disse.

Sem dados
Para os deputados contrários à reforma da Previdência, o governo não apresentou até agora números que confirmem o deficit e a economia de R$ 1,1 trilhão em 10 anos, anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “O ponto de partida para fazer a discussão é o diagnóstico correto para, a partir daí, ver quais as necessidades”, disse Nelson Pellegrino (PT-BA).

O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) reforçou o argumento. “O governo conhece todos os dados, mas não transmite porque sabe que perderá”. Para ele, a reforma, do jeito que está, não passa na Câmara dos Deputados.

Bira do Pindaré (PSB-MA) disse que a economia que o governo espera obter com a reforma pode ser obtida com dois projetos apresentados pelo PSB, que ele endossou. O primeiro (PL 1981/19) estabelece a cobrança de Imposto de Renda sobre a distribuição de lucros e dividendos. O segundo (PLP 9/19) institui o Imposto sobre Grandes Fortunas. Segundo Pindaré, a arrecadação prevista com as duas proposições é de R$ 125 bilhões por ano. “Antes de mexer na Previdência, e acabar com os benefícios do povo, tinha que mexer com o ‘andar de cima’”, disse.

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Política Nacional

Aprovado na Câmara Federal PL que obriga juiz a decretar prisão preventiva para crimes hediondos

A aprovação também estabelece que, além da prisão imediata após a audiência de custódia, o prazo para sua realização será ampliado de 24 para 72 horas.

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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), o Projeto de Lei 2988/2024, de autoria do deputado Nelson Barbudo (PL-MT), que torna obrigatória a prisão preventiva após a audiência de custódia para crimes hediondos, como estupro, feminicídio e para reincidentes criminais. A proposta foi aprovada em conjunto com uma série de projetos contra o crime. O PL tem como objetivo fortalecer a legislação penal e garantir maior segurança para as vítimas de crimes graves.

O pacote aprovado inclui também os Projetos 714/2023, 991/2024 e 1328/2024, e visa combater com mais eficácia os crimes violentos, buscando impedir a tão criticada situação onde “a polícia prende e o judiciário solta”. Para Barbudo, a aprovação dessas medidas é um marco importante na luta contra a criminalidade e a violência, especialmente no que diz respeito aos crimes contra as mulheres.

“Acabou a farra da bandidagem, dos estupradores e dos assassinos de mulheres. Cometeu crime, vai preso na mesma hora!”, afirmou o deputado, enfatizando seu compromisso em promover mudanças que protejam as vítimas e imponham punições mais severas aos criminosos.

A aprovação também estabelece que, além da prisão imediata após a audiência de custódia, o prazo para sua realização será ampliado de 24 para 72 horas. Isso visa dar mais tempo para que o sistema judiciário analise com maior cuidado os casos de crimes graves, garantindo que os infratores não sejam liberados facilmente, o que poderia colocar as vítimas em risco.

A liberdade provisória, um instrumento jurídico que permite ao acusado aguardar julgamento em liberdade, com ou sem medidas cautelares, é um tema de debate constante. Em muitos casos, ela tem sido vista como uma falha do sistema judicial, permitindo que criminosos cometam delitos e, posteriormente, sejam soltos, colocando em risco a integridade das vítimas.

Desde o início de seu mandato, Nelson Barbudo tem se destacado na busca por penas mais duras para quem comete crimes violentos. A aprovação desse projeto é uma resposta direta às demandas da população por mais segurança e justiça, especialmente para as mulheres, que frequentemente enfrentam a impunidade e a violência de forma crescente.

A medida foi amplamente comemorada pelos parlamentares e por aqueles que buscam uma resposta mais eficiente do sistema judiciário diante de crimes hediondos. Agora, o projeto segue para análise no Senado.

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Política Nacional

Deputada Gisela Simona vota a favor de castração química para pedófilos; PL é aprovado

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Nesta quinta-feira (12.12), a deputada Gisela Simona (União Brasil) – junto com os parlamentares que fazem parte da bancada de Mato Grosso, na Câmara Federal -, votaram a favor do PL 3976/2020 que determina a castração química de pessoas condenadas por pedofilia, desde que não tenham mais possibilidade de recursos judiciais (trânsito em julgado). A proposta foi aprovada por 267 votos a 85 e agora segue para o Senado.

O projeto igualmente apoia a criação de um cadastro na internet, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça, com os dados e fotografia de quem for condenado por pedofilia. O texto original que dispõe sobre o cadastro altera o Estatuto da Criança e do Adolescente, para impedir que autores de crimes contra menores de idade voltem a cometer ações desta natureza. O PL que não continha o parágrafo sobre a castração foi proposta pelo deputado Ricardo Salles (Novo-SP) e inclusa de última hora, causando enorme polêmica no plenário. Chegando, antes de sua aprovação, a ser suspenso por alguns minutos na Câmara.

Para a parlamentar mato-grossense, a aprovação do projeto é um basta na tolerância à qualquer tipo de crime contra crianças e adolescentes no Brasil. ‘Uma grande vitória, sobretudo, para quem defende punição severa aos crimes sexuais”.

“Hoje foi aprovado, aqui na Câmara dos Deputados, projeto de lei 3976/2020 que, inicialmente, tratava-se da questão da criação do Cadastro de Pedófilos no Brasil com acréscimo de dispositivo que permite a exposição do agressor por meio de sua fotografia. Mas então foi oferecido uma emenda ao projeto, com uma penalidade mais severa para aqueles que cometem crimes contra crianças e adolescentes: a castração química. Um tema polêmico que depois de muita discussão foi aprovado por 267 voto. E faz-se necessário um importante registro que a castração química são aplicações de injeções que controlam o hormônio deste agressor, inibindo sua libido. Uma medida importante para o Brasil, ainda que a gente saiba que não é o suficiente para acabar com esse crime no país”.

Entenda

A votação faz parte de um pacote de medidas relacionadas à segurança pública. E a emenda do deputado Ricardo Salles prevê que a castração química será aplicada cumulativamente às penas já previstas por lei. E será realizada mediante o uso de medicamentos inibidores da libido, nos termos regulamentados pelo Ministério da Saúde, observando-se as contraindicações médicas.

E em caso de sanção pela presidência da República se torna dever do Estado adotar medidas para que a castração química, seja supervisionada por profissionais de saúde. Ela é amplamente utilizada em diversos países como instrumento adicional para reduzir os impulsos sexuais em indivíduos diagnosticados com transtornos de comportamento sexual.

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Aumento do ICMS sobre encomendas internacionais pode elevar preços em até 50% a partir de 2025

A medida pode desestimular compras em plataformas internacionais e impactar pequenos vendedores que dependem desses produtos para revenda

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A decisão de aumentar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 20% sobre encomendas internacionais, anunciada para vigorar a partir de abril de 2025, promete impactar significativamente os consumidores brasileiros. A medida, que se soma ao imposto de importação federal, poderá elevar a carga tributária total sobre produtos estrangeiros para até 50%, dependendo da categoria do item.

Impacto no preço final para o consumidor

O aumento será sentido especialmente em compras de baixo valor, onde os impostos têm um peso proporcionalmente maior. A plataforma de e-commerce Shein, uma das mais populares entre os consumidores brasileiros, ilustrou como essa mudança afeta o bolso. Um vestido de R$ 100, que hoje já soma R$ 144,50 com impostos, passará a custar R$ 150 com a nova alíquota.

O AliExpress, outro gigante do comércio internacional, alertou para um impacto ainda mais severo em compras acima de US$ 50, onde a carga tributária efetiva pode chegar a 100%, dobrando o preço final do item em casos de maior valor agregado.

Reação do mercado e dos consumidores

A mudança reacendeu o debate sobre a competitividade de produtos importados em relação aos nacionais. Para os consumidores, o aumento representa um peso adicional em um momento em que o poder de compra já está enfraquecido.

Empresas como Shein e AliExpress, que têm grande parte de sua base no Brasil, demonstram preocupação com o efeito desse aumento nos hábitos de consumo. A medida pode desestimular compras em plataformas internacionais e impactar pequenos vendedores que dependem desses produtos para revenda.

Considerações para 2025

Especialistas afirmam que o aumento pode ter um duplo impacto: enquanto busca aumentar a arrecadação estadual, pode também reduzir o volume de compras internacionais devido aos preços elevados.

A partir de 2025, os consumidores deverão estar ainda mais atentos ao planejamento financeiro para compras de importados, enquanto as plataformas de e-commerce buscam estratégias para mitigar os efeitos do novo cenário tributário.

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