A ministra Damares Alves defendeu o treinamento de profissionais de beleza para ajudarem na identificação de mulheres vítimas de violência doméstica
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher realizou audiência pública nesta terça-feira (16), com a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para debater o plano do governo para o enfrentamento da violência contra a mulher.
Damares Alves explicou que o ministério vai manter os programas que estão funcionando, como a Casa da Mulher Brasileira, que acolhe e orienta mulheres vítimas de violência.
A ministra disse também que está sendo realizado um levantamento em conjunto com o Ministério da Justiça sobre aplicativos que contam com um “botão de pânico”. Segundo Damares Alves, o objetivo é utilizar a tecnologia para o atendimento a mulheres que estejam correndo perigo.
Manicure
Em março, o ministério lançou a campanha Salve um Mulher. Damares Alves explicou que num primeiro momento os profissionais ligados à beleza serão treinados para identificar e ajudar mulheres vítimas de violência doméstica.
“Essa experiência existe no estado do Mato Grosso do Sul, desenvolvida pelo Tribunal de Justiça do estado com resultados extraordinários. Como vai acontecer? A manicure na hora dela fazer a unha a gente vai estar trabalhando com essa manicure para que ela comece a observar se não tem nenhuma marca no braço da mulher, ela pode identificar sinais de agressão, ela pode identificar inclusive se a mulher está agitada ou ela está triste, ou ela está em pânico. E nós vamos capacitar a manicure, o cabelereiro, a maquiadora para abordar, fazer a abordagem com essa mulher, mas mais que abordar, orientar esta mulher a procurar socorro, mais que orientar, se prontificar a ir com ela buscar socorro”, explicou a ministra.
Damares Alves disse ainda que a campanha terá mais duas partes para capacitar os representantes de várias confissões religiosas e os profissionais de academias para identificar e orientar as vítimas de violência doméstica.
Prioridades
Para a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), não adianta capacitar esses profissionais se os serviços públicos não estiverem aptos a realizar os atendimentos.
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Deputada Sâmia Bomfim: "não adianta capacitar esses profissionais (dos salões de beleza) se os serviços públicos não estiverem aptos a realizar os atendimentos"
“Eu acho que toda campanha de combate à violência é válida com qualquer categoria profissional, por isso é importante também com os salões de beleza, com os profissionais que trabalham nos salões, mas não é responsabilidade deles. Primeiro porque eles atingem uma parcela pequena de mulheres brasileiras. Muitas mulheres inclusive quando são agredidas elas cancelam as agendas públicas, ou seja, eles não vão conseguir fazer a identificação dessa realidade. Por isso o que precisa ser fortalecido são os serviços públicos: delegacias das mulheres, casas de passagem, casas abrigo, profissionais de saúde da família, que dentro dos lares conseguem identificar se a mulher está sendo vítimas de violência. Mas, os profissionais de beleza não devem ser prioridade como a ministra coloca”, observou a deputada.
Clamor social
Já a deputada Carla Zambeli (PSL-SP) acredita que o ministério está no caminho certo nas políticas de proteção à mulher.
“Existe todo um clamor social de que a mulher seja vista como alguém importante, não necessariamente como uma vítima, como condutora de família, como condutora de vários setores da sociedade, mas recebendo um apoio do Estado de maneira real”, disse Zambeli.
A ministra Damares Alves pediu apoio dos parlamentares para que destinem emendas para o ministério, que, segundo ela, “tem muitos programas, mas um orçamento limitado”.
Para a maioria dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve se candidatar a mais um mandato como presidente da República nas próximas eleições gerais, em 2026. É o que mostra a pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira, 12, que aponta que 52% consideram que Lula não deveria concorrer, contra 45% que avaliam positivamente a participação do petista no pleito. Outros 3% não souberam responder.
A porcentagem dos que acham que o presidente não deveria tentar um novo mandato, entretanto, diminuiu em relação ao levantamento passado, quando 58% dos entrevistados tinham essa opinião, em outubro deste ano. Em julho, eram 53%.
Apesar disso, o petista venceria em todos os cenários testados com o nome dele contra adversários de direita, se as eleições fossem hoje.
Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), venceriam em cenários hipotéticos de segundo turno contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Em um pleito de 2026 sem o presidente, Haddad é quem mais angaria apoio popular para ser o candidato do governo, afirma a pesquisa. Do lado oposto do espectro político, no caso de Bolsonaro não concorrer (está inelegível até 2030), sua esposa, Michelle Bolsonaro, é a sucessora “mais forte contra Lula”, com 21% de aclamação.
Aprovado na Câmara Federal PL que obriga juiz a decretar prisão preventiva para crimes hediondos
A aprovação também estabelece que, além da prisão imediata após a audiência de custódia, o prazo para sua realização será ampliado de 24 para 72 horas.
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), o Projeto de Lei 2988/2024, de autoria do deputado Nelson Barbudo (PL-MT), que torna obrigatória a prisão preventiva após a audiência de custódia para crimes hediondos, como estupro, feminicídio e para reincidentes criminais. A proposta foi aprovada em conjunto com uma série de projetos contra o crime. O PL tem como objetivo fortalecer a legislação penal e garantir maior segurança para as vítimas de crimes graves.
O pacote aprovado inclui também os Projetos 714/2023, 991/2024 e 1328/2024, e visa combater com mais eficácia os crimes violentos, buscando impedir a tão criticada situação onde “a polícia prende e o judiciário solta”. Para Barbudo, a aprovação dessas medidas é um marco importante na luta contra a criminalidade e a violência, especialmente no que diz respeito aos crimes contra as mulheres.
“Acabou a farra da bandidagem, dos estupradores e dos assassinos de mulheres. Cometeu crime, vai preso na mesma hora!”, afirmou o deputado, enfatizando seu compromisso em promover mudanças que protejam as vítimas e imponham punições mais severas aos criminosos.
A aprovação também estabelece que, além da prisão imediata após a audiência de custódia, o prazo para sua realização será ampliado de 24 para 72 horas. Isso visa dar mais tempo para que o sistema judiciário analise com maior cuidado os casos de crimes graves, garantindo que os infratores não sejam liberados facilmente, o que poderia colocar as vítimas em risco.
A liberdade provisória, um instrumento jurídico que permite ao acusado aguardar julgamento em liberdade, com ou sem medidas cautelares, é um tema de debate constante. Em muitos casos, ela tem sido vista como uma falha do sistema judicial, permitindo que criminosos cometam delitos e, posteriormente, sejam soltos, colocando em risco a integridade das vítimas.
Desde o início de seu mandato, Nelson Barbudo tem se destacado na busca por penas mais duras para quem comete crimes violentos. A aprovação desse projeto é uma resposta direta às demandas da população por mais segurança e justiça, especialmente para as mulheres, que frequentemente enfrentam a impunidade e a violência de forma crescente.
A medida foi amplamente comemorada pelos parlamentares e por aqueles que buscam uma resposta mais eficiente do sistema judiciário diante de crimes hediondos. Agora, o projeto segue para análise no Senado.
Nesta quinta-feira (12.12), a deputada Gisela Simona (União Brasil) – junto com os parlamentares que fazem parte da bancada de Mato Grosso, na Câmara Federal -, votaram a favor do PL 3976/2020 que determina a castração química de pessoas condenadas por pedofilia, desde que não tenham mais possibilidade de recursos judiciais (trânsito em julgado). A proposta foi aprovada por 267 votos a 85 e agora segue para o Senado.
O projeto igualmente apoia a criação de um cadastro na internet, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça, com os dados e fotografia de quem for condenado por pedofilia. O texto original que dispõe sobre o cadastro altera o Estatuto da Criança e do Adolescente, para impedir que autores de crimes contra menores de idade voltem a cometer ações desta natureza. O PL que não continha o parágrafo sobre a castração foi proposta pelo deputado Ricardo Salles (Novo-SP) e inclusa de última hora, causando enorme polêmica no plenário. Chegando, antes de sua aprovação, a ser suspenso por alguns minutos na Câmara.
Para a parlamentar mato-grossense, a aprovação do projeto é um basta na tolerância à qualquer tipo de crime contra crianças e adolescentes no Brasil. ‘Uma grande vitória, sobretudo, para quem defende punição severa aos crimes sexuais”.
“Hoje foi aprovado, aqui na Câmara dos Deputados, projeto de lei 3976/2020 que, inicialmente, tratava-se da questão da criação do Cadastro de Pedófilos no Brasil com acréscimo de dispositivo que permite a exposição do agressor por meio de sua fotografia. Mas então foi oferecido uma emenda ao projeto, com uma penalidade mais severa para aqueles que cometem crimes contra crianças e adolescentes: a castração química. Um tema polêmico que depois de muita discussão foi aprovado por 267 voto. E faz-se necessário um importante registro que a castração química são aplicações de injeções que controlam o hormônio deste agressor, inibindo sua libido. Uma medida importante para o Brasil, ainda que a gente saiba que não é o suficiente para acabar com esse crime no país”.
Entenda
A votação faz parte de um pacote de medidas relacionadas à segurança pública. E a emenda do deputado Ricardo Salles prevê que a castração química será aplicada cumulativamente às penas já previstas por lei. E será realizada mediante o uso de medicamentos inibidores da libido, nos termos regulamentados pelo Ministério da Saúde, observando-se as contraindicações médicas.
E em caso de sanção pela presidência da República se torna dever do Estado adotar medidas para que a castração química, seja supervisionada por profissionais de saúde. Ela é amplamente utilizada em diversos países como instrumento adicional para reduzir os impulsos sexuais em indivíduos diagnosticados com transtornos de comportamento sexual.
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