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Política Nacional

Bloqueio de emendas parlamentares ameaçam Governo Lula em 2025

Outro ponto de tensão é o “déficit” político apontado por parlamentares, que reclamam da falta de interlocução entre o Palácio do Planalto e o Legislativo.

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As emendas parlamentares bloqueadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), continuam a gerar tensões no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a expectativa é de novos capítulos em 2025. A decisão judicial, que envolveu a suspensão de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão (RP8), está aprofundando o desgaste político e dificultando a articulação da gestão petista no Congresso Nacional, especialmente na aprovação de pautas prioritárias. Informações do portal Metrópoles.

 

Em dezembro de 2024, Flávio Dino determinou que a Câmara dos Deputados prestasse esclarecimentos sobre a destinação desses recursos, exigindo critérios de transparência e rastreabilidade. O Senado também viu suas emendas dessa categoria suspensas, gerando um impasse que preocupa líderes da base governista. No entanto, parte dos recursos foi liberada — R$ 370 milhões — para garantir os gastos mínimos com saúde, conforme alertado pela Advocacia-Geral da União (AGU).

 

Apesar dessa liberação parcial, parlamentares aliados ao governo afirmam que a crise relacionada ao bloqueio das emendas poderá perdurar, com a resolução do problema dependendo do pagamento das emendas indicadas pelos parlamentares. Alguns líderes partidários veem nas ações de Dino uma espécie de “jogo combinado” com o Palácio do Planalto, o que tem contribuído para a dificuldade do governo em avançar com suas propostas dentro do Congresso.

 

O impasse sobre as emendas se refletiu também no andamento de outras pautas. No final de 2024, a Câmara e o Senado aprovaram um pacote de revisão de gastos públicos, elaborado pela equipe econômica do governo, mas os projetos ficaram paralisados por quase um mês na Câmara dos Deputados devido à controvérsia sobre a liberação das emendas.

 

Reforma Ministerial e Dificuldades na Articulação Política

Além das emendas, o governo Lula enfrenta críticas sobre a falta de governabilidade no Congresso, o que tem gerado demandas por uma reforma ministerial. Partidos como o PSD, de Gilberto Kassab, se sentem desprestigiados na atual distribuição de ministérios, especialmente depois de ocupar pastas como as de Minas e Energia, Agricultura e Pesca.

 

Espera-se que, ainda no primeiro semestre de 2025, o presidente Lula realize uma reforma ministerial, movimentando a “dança das cadeiras” no primeiro escalão. A expectativa é de que o PSD consiga uma revisão nos cargos já ocupados, mas sem ganhar mais ministérios. Outros partidos, como o Progressistas (PP), do ex-ministro de Bolsonaro, Ciro Nogueira, e o Republicanos, também buscam maior espaço dentro do governo.

 

Outro ponto de tensão é o “déficit” político apontado por parlamentares, que reclamam da falta de interlocução entre o Palácio do Planalto e o Legislativo. A crítica não se limita ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas se estende até o próprio presidente Lula. De acordo com alguns deputados e senadores, o tratamento dado por Lula ao Congresso é mais distante do que nos dois primeiros mandatos.

 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confidenciou a aliados que as conversas com Lula são cada vez mais raras, e o diálogo entre o Planalto e os parlamentares tem sido insuficiente. A falta de aproximação não se restringe a Lira, mas é compartilhada por outros membros da base governista, que percebem uma mudança no relacionamento com o presidente.

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Política Nacional

Lula critica ausências na COP30 e ironiza líderes que “preferem gastar com guerra”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta segunda-feira (10), a COP30, em Belém (PA), com um discurso contundente contra os líderes mundiais que minimizam a gravidade das mudanças climáticas. Sem citar nomes diretamente, o petista criticou as ausências dos presidentes Donald Trump, Xi Jinping e Vladimir Putin, ressaltando que Estados Unidos, China e Rússia gastam mais com armamentos do que com o enfrentamento dos efeitos extremos da natureza.

“Parabéns por darem a todos nós essa lição de civilidade. Essa lição, eu diria, de grandeza humana”, ironizou Lula. “Se os homens que fazem guerra estivessem nesta COP, perceberiam que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com o problema climático do que gastar US$ 2,7 trilhões em guerra, como fizeram no ano passado.”

De acordo com dados do Stockholm International Peace Research Institute (Sipri), os EUA lideraram os gastos militares em 2024, com US$ 997 bilhões. A China e a Rússia aparecem na sequência, com US$ 314 bilhões e US$ 149 bilhões, respectivamente.

O presidente brasileiro também criticou o negacionismo climático e a desinformação. “Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam as evidências da ciência. Eles controlam algoritmos, semeiam ódio, espalham medo e atacam as instituições. É o momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, afirmou.

Lula destacou ainda que o mundo está “na direção certa, mas na velocidade errada” quanto às metas do Acordo de Paris. “A mudança do clima não é uma ameaça do futuro. É uma tragédia do presente”, disse, citando o furacão Melissa, que atingiu o Caribe, e o tornado no Paraná como exemplos recentes de desastres naturais agravados pelo aquecimento global.

O presidente também comentou os desafios de sediar o evento na capital paraense. “Seria mais fácil fazer a COP em uma cidade acabada, sem problemas. Aceitamos o desafio de realizá-la na Amazônia para mostrar que, com vontade política e compromisso com a verdade, nada é impossível”, declarou.

Durante a cerimônia, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, reforçou a urgência das ações climáticas e a importância do multilateralismo. “A urgência é o elemento que mudou tudo. Temos uma responsabilidade imensa. A ciência, a educação e a cultura são o caminho. O multilateralismo é definitivamente o caminho”, afirmou.

Corrêa do Lago citou o Protocolo de Montreal, de 1987, e o Acordo de Paris como exemplos de cooperação internacional bem-sucedida. As discussões da COP30 seguem até o dia 21 de novembro, com foco em medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

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Restauração prateada em dentes serão substituídos por materiais sustentáveis até 2030

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O Ministério da Saúde anunciou que o uso de amálgamas dentários — material metálico prateado utilizado há mais de um século em restaurações — será gradualmente encerrado até 2030. A medida visa reduzir os impactos ambientais do mercúrio, presente na composição do produto, que pode se tornar nocivo ao meio ambiente se descartado de forma inadequada.

O Brasil reafirmou esse compromisso durante a 6ª Conferência das Partes da Convenção de Minamata (COP 6), realizada em Genebra, na Suíça, na última quarta-feira (5). A decisão integra os esforços internacionais pela eliminação progressiva do uso de mercúrio em produtos e processos industriais e de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, a transição será feita de forma gradual para garantir o acesso da população aos tratamentos odontológicos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta ressaltou que uma proibição imediata poderia comprometer a cobertura assistencial e contrariar princípios constitucionais e sociais.

De acordo com dados oficiais, entre 2019 e 2024 o uso de amálgamas em restaurações caiu de 5% para 2% dos procedimentos realizados no país. O número reflete o avanço de materiais alternativos, como resinas compostas e ionômero de vidro, que já dominam a prática odontológica moderna.

O ministério também destacou que pacientes com restaurações antigas de amálgama não precisam substituí-las, pois não há evidências científicas que indiquem riscos à saúde em função do material.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já havia dado passos anteriores nessa direção: em 2017, a agência proibiu a fabricação, importação e comercialização de mercúrio e do pó para liga de amálgama não encapsulada, medida que entrou em vigor em janeiro de 2019.

A substituição do amálgama integra uma política nacional de saúde bucal mais sustentável, que busca preservar o meio ambiente, garantir segurança nos tratamentos e estimular o uso de alternativas modernas com menor impacto ambiental e melhores resultados clínicos.

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Medeiros chama Psolista de “Papai Smurf” e vira alvo de pedido por quebra de decoro

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O deputado federal José Medeiros (PL-MT) passou a ser alvo de dois pedidos de investigação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Um dos pedidos solicita, inclusive, a cassação do mandato do parlamentar.

O primeiro requerimento foi apresentado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), em razão de declarações consideradas ofensivas feitas por Medeiros contra o deputado Ivan Valente (PSOL). Durante uma discussão, o parlamentar mato-grossense afirmou que “canalhas também envelhecem” e chamou o colega de “Papai Smurf”, em referência ao personagem de desenho animado.

O PSOL argumenta que as falas foram discriminatórias e configuram etarismo, ressaltando que a atitude extrapolou os limites do debate parlamentar e feriu as normas éticas da Casa.

O segundo pedido de investigação foi protocolado pelo advogado cuiabano Paulo Marcel Grisoste Santana Barbosa, que pede a cassação de Medeiros por ofensas contra a advogada Izabella Borges durante uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no dia 23 de outubro.

De acordo com o documento, Medeiros teria se referido aos advogados presentes como “padrão advogado de porta de cadeia” e, ao ser contestado, respondeu a Izabella Borges com a frase “cala a boca”, enquanto exercia seu tempo de fala.

Em nota, a assessoria de José Medeiros classificou as denúncias como tentativas de “calar o contraditório e intimidar quem pensa diferente”. O deputado afirmou que suas declarações foram feitas no “pleno exercício do mandato parlamentar” e estão protegidas pela Constituição.

Medeiros declarou ainda que suas falas durante a CPMI tinham o objetivo de defender cidadãos que, segundo ele, foram vítimas de esquemas que prejudicaram aposentados, pessoas com deficiência e populações vulneráveis. Disse também que continuará atuando em defesa da “população injustiçada”, sem se intimidar com o que chamou de “retaliação política”.

O Conselho de Ética deverá avaliar os pedidos e decidir se abre processo disciplinar contra o parlamentar.

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