O PT, principal partido de esquerda do país, murchou um pouco mais nas eleições municipais deste ano. Não venceu em nenhuma capital e conquistou apenas quatro de quinze prefeituras disputadas no segundo turno. De nada adiantou ter Lula como cabo eleitoral. Tampouco ajudou a insistência da direção do partido para que seus candidatos usassem a campanha para defender a tese de inocência do ex-presidente nas condenações por corrupção e lavagem de dinheiro.
Fora do baralho da eleição presidencial por estar inelegível, Lula agora começa a ser colocado de lado também no discurso de lideranças de esquerda, que nem bem terminou o pleito já estão dando suas cartadas para 2022.
Ciro Gomes (PDT), que em outubro tentou uma reaproximação com Lula, deixou claro seu desgosto com insistência do PT em tratar a ideia de aliança de esquerda para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022 como um projeto centrado no lulismo. “Então: ‘a esquerda tem de se unir’. Que diabo é isso? Se reunir ao redor de quê? Se reunir em torno do lulopetismo corrompido?”, disse Ciro Gomes em entrevista ao UOL nesta terça-feira (1).
Guilherme Boulos (PSOL), candidato derrotado pela disputa à prefeitura de São Paulo, contou com o apoio de Lula no segundo turno (assim como de Ciro e outros), mas tem se distanciado do lulismo, ou melhor, evita se colocar como uma figura auxiliar, subordinada ao ex-presidente petista.
Na entrevista que concedeu à Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (30), Boulos disse: “Eu vou ajudar a construir, tendo saído mais forte das eleições, um processo de unidade do campo progressista, não apenas do ponto de vista eleitoral, mas também da disputa política.”
Observe que, na frase acima, Boulos se coloca como protagonista da busca da unidade da esquerda, não como liderança subjacente. E ele deixou claro que possui algo que o PT, cujo desempenho em São Paulo foi pífio, tem cada vez menos: a mobilização da juventude.
Mas o principal indício de escanteamento de Lula como opção viável para 2022 partiu de um aspirante petista, o senador baiano Jaques Wagner. Em entrevista para a rádio Metrópole, de Salvador, Wagner disse que seu nome está “posto” na cena nacional e que não pode ficar “refém de Lula a vida inteira. Wagner também disse algo que muitos dentro do PT pensam, mas poucos têm coragem de externar: que o partido precisa renovar suas ideias e seus quadros.
O único que manifestou apego a um projeto unificado da esquerda atrelado ao ex-presidente Lula foi o governador do Maranhão Flávio Dino, possível opção do PCdoB para a disputa presidencial de 2022.
Dino foi votar no domingo (29) com uma camiseta com a frase de ordem “Lula livre” e escreveu no Twitter que se tratava de uma “homenagem ao melhor presidente da história do Brasil”. Em entrevista ao UOL nesta segunda-feira (30), ele atribuiu muitas das derrotas nas eleições municipais deste ano à desunião dos partidos de esquerda no primeiro turno.
O jogo na esquerda para as eleições de 2022 já começou. E os primeiros movimentos estão sendo dados com o intuito de tirar da mesa uma carta incômoda: a onipresença de Lula.
O deputado estadual Valdir Barranco (PT), teve piora no quadro de saúde e precisou ser intubado neste sábado (20). O parlamentar está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde a última segunda-feira (15).
Segundo os médicos, o procedimento é necessário para melhor a sua oxigenação.
Sua esposa, Roseli Barranco, também havia sido internada, mas recebeu alta neste sábado e já está em casa.
O filho do deputado estadual Valdir Barranco (PT), Paulo Henrique, também testou positivo para a covid-19 nesta semana. Ele apresentou quadro de pneumonia, mas está bem e está tratando da doença em casa.
O deputado estadual Silvio Fávvero (PSL) afirmou estar sofrendo retaliação por parte da base parlamentar do governo do Estado na Assembleia Legislativa (AL), após ter dado parecer favorável ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 36/2020 na Comissão de Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).
“Eles estão descontentes por causa dos meus pareceres. Eu tenho um posicionamento, sou muito convicto nas minhas decisões e eu vim pra servir, e pelo o período que eu estiver aqui quero fazer a diferença, pelo menos eu fiz a minha parte”, disparou.
De acordo com Fávero, teria ocorrido uma movimentação para que ele não fosse relator da CCJ devido os pareceres contrários às vontades do Executivo, porém ele disse que está tranquilo perante a questão.
“Não posso ser relator de alguma coisa e aceitar ser pressionado. Chegou alguns recados pra mim e se quiser me tirar eu estou tranquilo”.
Questionado se chegou a conversar com os deputados governistas, ou com algum representante do Palácio Paiaguás, o deputado disse que ainda não , mas que está aguardando uma conversa. “Não cheguei a conversar, mas estou esperando…”. Sobre o assunto, o presidente da Casa de Leis Eduardo Botelho (DEM), comentou que não recebeu nenhuma pressão por parte do governo do Estado em relação ao nome de Silvio na CCJ.
“Eu não recebi nenhuma pressão, nem montamos ainda os blocos. Agora que eu vou encaminhar para os deputados se posicionarem, e depois disso o líder indica o representante de cada comissão. Então nem os blocos foram montados ainda, não tem como ter pressão’, justificou Botelho.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes comparou hoje a força-tarefa de Curitiba da Operação Lava Jato com um “esquadrão da morte”. Gilmar também fez duras críticas ao grupo de procuradores e ao ex-juiz Sergio Moro, que contribuíram para a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão.
“Acho tudo isso lamentável, todos nós de alguma forma sofremos uma manipulação disso que operava em Curitiba. Acho que temos que fazer as correções devidas, tenho dito e enfatizado que Lula é digno de um julgamento justo”, disse o ministro do Supremo durante o UOL Entrevista, conduzido pelo colunista do UOL Tales Faria.
“Independentemente disso, temos que fazer consertos, reparos, para que isso não mais se repita, não se monte mais esse tipo de esquadrão da morte. Porque o que se instalou em Curitiba era um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais”, completou.
Moro como chefe da Lava Jato
O ministro Gilmar Mendes disse que a força-tarefa da Lava Jato atuou sem supervisão da PGR (Procuradoria-Geral da República) e que Moro parecia um chefe da operação.
Eles se situavam numa estratosfera que não tinha supervisão da procuradoria, não estava submetida ao procurador-geral, não tinha um subprocurador e contatavam diretamente com juiz. Nesse caso de Curitiba, a impressão que fica era que o Moro era o verdadeiro chefe da operação Lava Jato.
Gilmar ainda cobrou respostas do Congresso Nacional. “É chegada a hora de o Congresso se debruçar sobre as leis organizacionais do Ministério Público para de fato ter algum tipo de controle político sobre essa instituição”, disse. “Como nós vimos, era uma ameaça à democracia. Ao fim havia um ‘partido da Lava Jato’, estavam interferindo no processo político, prendiam um candidato que era eventual candidato a governador e definiam a eleição, tudo num jogo combinado. Eles fazem vergonha à Stasi, aquela polícia da Alemanha Oriental.”.
Monitoramento de Lula não tem respaldo legal, diz Gilmar
Na visão do ministro, o monitoramento da vida do ex-presidente Lula, como fez a Lava Jato, é ilegal. “Eles monitoraram passo a passo a vida do Lula e tinham um modelo de comunicação com a Polícia Federal que dizia minuto a minuto o que ele iria fazer. Isso não tem respaldo na lei, não é assim que se faz interceptação telefônica, e assim se fez.”
Para Gilmar, a investigação contra Lula começou com todos já sabendo o resultado. “Se é que a gente pode chamar isso tudo de julgamento a esta altura, diante de todos esses antecedentes, diante de tudo o que se fez, era um julgamento cujo resultado já se sabia a priori.”.
“Há uma passagem em que se fala do [condenado pela Lava Jato, o administrador Aldemir] Bendine, em que se diz, por exemplo, que ele será transferido a um presídio que teria condições precárias. Aí o Deltan brinca que ele já se dispôs a cooperar. A transferência é muito efetiva e Moro pediu para atrasar a transferência. O que isso significa? Vamos mandar um sujeito para péssimas condições porque ele vai cooperar. Isso tem nome, vimos na ditadura militar, isso se chama tortura.”
No julgamento sobre o compartilhamento das mensagens com a defesa de Lula, que aconteceu na terça na Segunda Turma do STF, Gilmar já havia criticado esse fato: “Nós fomos cúmplices. [Foi] Tortura feita por esta gente bonita de Curitiba”.
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